MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de novembro de 2011

De virada, Atlético-PR vence Dragão e continua na luta para fugir da ZR

 

O Furacão entrou desesperado, com a obrigação do resultado positivo. Saiu atrás, virou e conquistou a torcida

Por Gabriel Hamilko Curitiba
 
A superioridade técnica do visitante Atlético-GO não conseguiu vencer o reacionário Furacão, que na base da raça conseguiu virar o jogo e continuar vivo na luta contra o rebaixamento. Na Arena da Baixada, o que se viu foi uma história de drama, como trilha de fundo a torcida nas arquibancadas, que passou do silêncio profundo para um misto de emoção e esperança.
O atacante Anselmo abriu o placar para o Goianiense, enquanto o centroavante Nieto marcou os dois gols da virada rubro-negra, para um público de 11.200 pagantes (renda de R$ 112.540).
Precisando vencer dentro de casa, o Furacão só tinha um resultado em mente: a vitória, já que Ceará tinha ganhado minutos antes de começar a partida. O Dragão aproveitou a fragilidade rubro-negra e saiu na frente, demonstrando calma. Em alguns momentos do jogo, o que se viu foi um visitante ofensivo e o Furacão jogando através de contra-ataques.
Mas a situação mudou no segundo tempo, quando parecia outro Atlético-PR em campo, motivado e consciente da necessidade. Era tudo ou nada e, na raça, o Furacão continuou com o tabu de nunca perder para o xará goianienese. Tudo graças a duas cabeçadas de Nieto na etapa final.
Guerron Atlético-PR Rafael Cruz Atlético-GO (Foto: Ag. Estado)Na raça, o Atlético-PR manteve o tabu de vitórias sobre o xará goianiense (Foto: Agência Estado)
O ar era tenso nas arquibancadas da Arena da Baixada. A bateria não era tão forte como nas outras rodadas, devido à aflição geral da torcida atleticana, que acompanhava com murmúrios, vaias e aplausos.
Com a vitória, o Atlético-PR encosta no Cruzeiro, com 34 pontos, mas permanece na 18ª posição e na próxima rodada enfrenta o líder Corinthians, domingo, às 17h (de Brasília), em pleno Pacaembu. Já Dragão fica com 42 pontos e continua na 12ª colocação. Também no domingo, recebe o Bahia, às 19h.
Drama atleticano
O Atlético-PR começou perdendo antes mesmo do início da partida. O jovem atacante Pablo era a escolha no ataque rubro-negro. Mas com dores na costa, ele foi cortado vinte minutos antes de começar a partida. Com isso, restou a opção de Nieto.
Dentro das quatro linhas, o técnico Hélio dos Anjos já vinha falando que a partida seria o “jogo da vida para o Atlético-PR”. Com isso, orientou o Dragão para ser cauteloso e inteligente. O Furacão começou errando muitos passes e não conseguia parar na eficiente marcação goianiense.
Quem conseguia chegar com perigo era o sossegado xará visitante, que no meio da tabela, só lutava de olho em uma vaga na Copa Sul-Americana. Cada vez que os ataques rubro-negros batiam no paredão defensivo, o Dragão descia com eficiência no toque de bola, triangulando entre os lados direito, esquerdo e pela área central.
O Atlético-GO quase abriu o placar em duas oportunidades aos 14 minutos. Após escanteio pela direita, Marinho cabeceou sozinho e tocou para fora. Segundo depois, Thiago Feltri cruzou pela esquerda e desviou em Fransergio, parando no travessão de Renan Rocha.
Após os dois sustos, a paciência da torcida esgotou. Cada erro de passe era uma vaia sonora , acompanhada dos grito de “Raça”. A resposta foi dada pelo atacante Guerrón que acertou um chute no travessão.
Mas a superioridade técnica venceu o desespero. Aos 25 minutos, Thiago Feltri cruzou e o atacante Anselmo cabeceou, Renan Rocha chegou a tocar, mas não foi o suficiente. A bola chegou a passar um palmo da linha, antes do zagueiro Manoel tirar. Quase que o árbitro Salvio Spindola não viu, mas depois voltou atrás e validou a abertura do placar na Arena da Baixada.
A partir daí o clima esquentou. O técnico Antonio Lopes admitiu o erro em escalar Fransério como meia-atacante ao substituir o atleta para colocar mais um atacante, Adaílton. Formação que ensaiou durante toda a semana.
De vilão, Nieto se transforma em herói
A recepção da torcida rubro-negra foi bem diferente do início do jogo. Assim que os jogadores do Furacão entraram em campo, uma alta vaia foi a trilha de fundo. Bastaram dois minutos para o cenário mudar. Guerrón cruzou e Nieto sobiu para empatar a partida, colocando a bola perfeitamente entre o goleiro Márcio e a trave esquerda.
A reação nas arquibancadas mudou da água para o vinho, assim como a atitude dos jogadores do Rubro-Negro, que se não se superavam na qualidade técnica, mas ganharam na raça e vontade. A chacoalhada no vestiário funcionou. Tanto que aos 11 minutos, a cena se repetiu, só que dessa vez pelo lado direito e com Wagner Diniz cruzando. Nieto foi lá de novo e virou. Virou o jogo e o herói, após ser um dos mais criticados no final do primeiro tempo.
Com uma substituição queimada, Lopes teve que promover a segunda, ao tirar o volante Deivid, que saiu ovacionado pela torcida, para colocar Wendel, por motivo de lesão. No Dragão, as substituições foram por atacado. Saíram, na seguinte ordem, o atacante Felipe, o meia Ernanes e o volante Marinho. Respectivamente, entraram os atacantes Marcão, Diogo Campos e o meia Tiaguinho.
Sem nada a perder, o técnico Hélio dos Anjos jogou o time para frente, saindo do tradicional 4-4-2 para o 4-3-3, deixando somente um volante de contenção. Enredo para aumentar o drama do Atlético-PR que teve que jogar o restante do jogo no campo de defesa, explorando os contra-ataques. Realmente, os papéis estavam invertidos.
Mas na base da mesma raça que propiciou a virada de jogo, o time da casa defendeu com unhas e dentes, evitando o empate, que não seria um resultado dos melhores. No duelo entre vaias e aplausos, a alegria, alívio e esperanças venceram na Arena da Baixada.

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