Funai ainda não enviou as sementes.
Indígenas estão preocupados com a demora no plantio das lavouras.
Em dois hectares de terra não há nem sinal de plantio de inverno. A pequena propriedade fica na reserva indígena de Dourados, em Mato Grosso do Sul. O agricultor Getúlio Juca reclama que já deveria ter colocado a semente no solo e começa a perder as primeiras chuvas da primavera.
O índio caiuá destina a área para produzir alimentos essenciais para o sustento da família, como a mandioca, o milho e a batata. As sementes são fornecidas pelo programa Etno Desenvolvimento, do governo federal, por meio da Fundação Nacional do Índio, mas este ano o plantio está atrasado.Nas terras de outro agricultor, o capim já tomou conta do terreno. Lucas Flores está preocupado porque depende da lavoura para alimentar os cinco filhos.
Além da falta de sementes, os indígenas reclamam também da falta de combustível para o único trator comunitário usado pelos agricultores da aldeia. Segundo os índios, grande parte da área de cultivo da reserva de Dourados nem começou a ser preparada para o plantio por causa desse problema.
Os índios afirmam que o trator está parado há quatro meses. Segundo a administração regional da Funai, a fundação tem uma verba de R$ 450 mil por ano para auxiliar os agricultores das aldeias da região sul de Mato Grosso do Sul. Todos os anos parte do recurso é usado para comprar sementes e combustível.
A coordenadora regional da Funai, Maria Aparecida Mendes Oliveira, admite o atraso e justifica que houve demora na licitação.
O período recomendado para o plantio em Mato Grosso do Sul vai até o fim de novembro.
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