MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 19 de novembro de 2011

Jovens empreendedores apostam em negócios sociais no Amazonas

 

Cursos de capacitação e reciclagem de resíduos são alguns dos trabalhos.
Ações também fomentam a redução de desigualdades em comunidades.

Anderson Vasconcelos Do G1 AM
Um novo conceito de negócio mostra que é possível obter renda, atender a demandas sociais e ainda contribuir para um mundo melhor. É o chamado 'negócio social', empreendimento que vem conquistando adeptos em Manaus e tem potencial para o desenvolvimento de novas experiências na cidade a partir de 2012.
A capital amazonense poderá concentrar, a partir do próximo ano, cursos de formação voltados a 'vivência empreendedora', conforme informou ao G1 a universitária Lauana Costa , de 21 anos, embaixadora do Choice, movimento nacional que articula e difunde ideais a respeito desse novo conceito.
Lauana (blusa branca) participou do Congresso do Choice, em agosto deste ano em São Paulo (Foto: Arquivo Pessoal)Lauana (blusa branca) participou do Congresso do
Choice, em agosto deste ano em São Paulo
(Foto: Arquivo Pessoal)
A estudante explica que o negócio social visa encontrar soluções que contemplem a iniciativa privada e o terceiro setor. "Esse é um tipo de empreendimento que pode ser rentável e ao mesmo tempo atender às necessidades básicas das pessoas, sobretudo as questões de saúde, educação e moradia", disse.

As dificuldades encontradas pelos cidadãos nessas três áreas, na avaliação de Lauana, fazem de Manaus campo fértil para o desenvolvimento de experiências sociais empreendedoras. "A cidade tem potencial pois a população daqui precisa não somente aumentar a rentabilidade, mas melhorar a qualidade de vida e transformar o ambiente em que vive", acrescentou a embaixadora.
Congresso do Choice reuniu centenas de jovens simpatizantes de negócios sociais (Foto: Divulgação)Congresso do Choice reuniu centenas de jovens simpatizantes de negócios sociais (Foto: Divulgação)
Em Manaus, a prospecção de empreendimentos sociais vem sendo realizada pela Aiesec, instituição internacional especializada em intercâmbios profissionais e desenvolvimento de pessoas. Na capital, a entidade conta com o apoio da Artemisia, organização pioneira em negócios sociais no Brasil.
Membros do Descarte ajudam o planeta por meio da coleta de lixo tecnológico (Foto: Anderson Vasconcelos/G1AM)Alessandro Dinelli (dir.) e membros do Descarte
Correto  (Foto: Divulgação)
Enquanto o curso não chega, algumas experiências já vêm dando certo na cidade. Caso do Descarte Correto, empresa social especializada em soluções para o lixo tecnológico, por meio da coleta, reciclagem e destinação correta dos resíduos.
“Recebemos um grande volume de computadores e outros lixos eletrônicos que as pessoas geralmente dizem não saber onde descartar, disse o presidente da empresa, Alessandro Dinelli, acrescentando que desde dezembro do ano passado recebe resíduos tecnológicos.
Atualmente, o negócio possui cinco pontos de coleta de lixo na cidade, sendo dois nas lojas Amazon Print (Centro e Japiim), um no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), um no Centro de Inclusão Social do CDI Amazônia e outro no próprio galpão da empresa, localizada na rua B, 01, residencial Parque Shangrilá, Parque Dez, Zona Centro-Sul de Manaus. Há ainda postos de coleta em Rio Preto da Eva, Maués e Parintins, municípios do Amazonas.
“Todo material vai para o galpão, onde é classificado conforme o tipo de produto, que pode ser reutilizado em projetos ambientais ou apenas reaproveitado, voltando para o ciclo de produção da indústria local”, explicou. Com a venda dos insumos para o pólo fabril da capital, a empresa se mantém e ainda aplica recursos em ações sociais do negócio, com a implantação de centros de inclusão digital e ainda a execução de programas profissionalizantes voltados para jovens, a partir do recondicionamento dos equipamentos.
Programa similar desenvolve o Instituto Tecnológico Alternativo de Petrópolis do Amazonas Vicente Ferreira da Silva, mais conhecido como Alternativo de Petrópolis ou simplesmente AltPet. Criado no ano de 1987 como um grupo de estudo que visava facilitar o acesso de jovens daquele bairro da Zona Sul da cidade ao ensino superior, só em junho de 2010 passou a investir mais pesadamente em atividades que gerasse lucro e retorno social para a comunidade.
Diretor financeiro do AltPet, Jonas Gomes, leciona voluntariamente (Foto: Anderson Vasconcelos/G1AM)Diretor financeiro do AltPet, Jonas Gomes, leciona
voluntariamente aulas de matemática
(Foto: Anderson Vasconcelos/G1AM)
“Somos o primeiro pré-vestibular comunitário do Brasil e começamos sem pretensões, pois a ideia era apenas compartilhar conhecimento entre os poucos jovens participantes, disse o diretor financeiro do AltPet, professor Jonas Gomes.
Hoje, já são cerca de 400 pessoas atendidas por mês, em cursos de mini e pré-vestibular, de matemática e português para concursos, de idiomas (inglês e japonês), de elaboração de projetos sociais, de gestão e capacitação de recursos humanos, de empreendedorismo e economia solidária, e até de design gráfico e desenvolvimento de tecnologia na web.
O Alternativo possui ainda uma biblioteca com um acervo de mais de dez mil livros, um centro de inclusão digital e produz ainda um jornal comunitário distribuído gratuitamente aos moradores do bairro, com intuito de divulgar as novidades em ações voltadas para o terceiro setor. “Os nossos serviços não são gratuitos, mas tem um custo muito baixo para a comunidade, entre R$ 20 e R$ 60, cuja taxa é cobrada basicamente para a manutenção dos projetos e na elaboração de atividades que possam gerar lucro à população”, informa Gomes.

“A nossa satisfação é ver a comunidade comprometida socialmente e com vontade de se desenvolver cada vez mais, ressaltou a presidente do Alternativo, Mirlândia Amazonas. O Instituto funciona diariamente, das 14h às 22h, na Rua Coronel Ferreira de Araújo, 115, bairro Petrópolis, Zona Sul da capital.

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