MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Plantio de milho transgênico cresce no Paraná e em Minas Gerais

 

Para esta safra, as sementes modificadas devem ocupar cerca de 80% da área cultivada em Minas. No Paraná, 70% da área de milho já é transgênica.

Do Globo Rural
O agricultor Francisco Schreiner planta milho transgênico há três anos, em Campo Mourão, Paraná. Pela semente transgênica ela paga 30% a mais em relação à convencional, mas diz que compensa. “Tem um custo a mais, mas nós temos um grande benefício em função disso. Nós evitamos em torno de três, a quatro aplicações de inseticida a mais do que seria em uma lavoura tradicional”, explica.
A variedade de milho transgênico cultivada por Francisco Schreiner é a BT. Esta é a sigla para bacillus thuringienssis. Uma bactéria que vive nos solos e que tem poder inseticida. Um gene desta bactéria foi introduzido na planta de milho. Quando a lagarta do cartucho, principal praga da lavoura, se alimenta da folha, ela morre.
A primeira liberação comercial de uma variedade de milho transgênico no Brasil aconteceu em 2008 e veio acompanhada de algumas restrições. Uma delas é a necessidade deixar áreas isoladas ou de "refúgio".
A planta tem polinização cruzada e pode cruzar com variedades convencionais. Por isso, há uma exigência legal para que o produtor plante uma área de milho convencional ao lado do transgênico.
O produtor pode fazer isto de duas formas. Planta milho transgênico, deixa uma área de cem metros com outro cultivo, e aí planta o milho convencional. Outra alternativa é plantar o milho BT, deixar dez fileiras com milho convencional, e fazer então uma área de isolamento, de vinte metros, sem milho transgênico.
Deste modo, caso o vizinho tenha milho convencional plantado, a lavoura não será contaminada. Além de impedir a contaminação de lavouras convencionais, a área de isolamento tem outra função: evitar que as lagartas sofram mutação e se tornem resistentes.
“Uma parte das pragas se multiplica na área convencional. Se nós tivéssemos uma lavoura, onde não houvesse a possibilidade da multiplicação de nenhuma praga, facilitaria o surgimento de um indivíduo resistente, que se começasse a se multiplicar, colocaria a tecnologia em risco”, explica Gilberto Guarido, agrônomo.
Na Coamo, todo o milho recebido é geneticamente modificado. “Ninguém se preocupou em pagar um prêmio pra se proteger com o milho convencional, então hoje é uma realidade, tanto no mercado interno ou externo. Ele tem aceitação e nós não temos nenhum problema de comercialização”, diz José Aroldo Galassini, presidente da Coamo.
O agricultor, Cláudio Consonni, está começando o plantio de milho em Presidente Olegário, em Minas Gerais. As plantadeiras são abastecidas com sementes transgênicas, que custa 400 reais a saca, enquanto a convencional custa 300 reais.
“Apesar de a semente custar mais caro, você tem uma economia de 15% na sua lavoura e consegue um incremento de produtividade e, além disso tudo, você evita aquele uso de agrotóxico que causa, queira ou não, um impacto no meio ambiente”, afirma.
O agricultor Adalberto Gonçalves, de Patos de Minas, plantou 15 hectares de milho convencional. Ele diz que ganha mais pelo produto. “Hoje você consegue vender acima de dois reais. O preço básico do milho, que foi vendido na média por R$ 26, você vende a R$ 28. Esse lucro a mais que eu vou ter, vai compensar as pulverizações e ainda vai me sobrar mais dinheiro”, declara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário