MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Senadores criticam declaração de Bolsonaro sobre Dilma

 

‘Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma’, disse o deputado.
Romero Jucá e Demóstenes Torres pediram providências à Câmara.

Sandro Lima Do G1, em Brasília


Senadores da base aliada e da oposição criticaram nesta sexta-feira (25) as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre a presidente Dilma Rousseff. Na manhã desta quinta (24), Bolsonaro pediu à presidente, em discurso na tribuna da Câmara, para parar "de mentir" e assumir "se gosta de homossexual".
Bolsonaro criticava o que chama de "kit gay" do Ministério da Educação, uma cartilha contra a homofobia que seria usada em escolas públicas, mas cuja distribuição foi suspensa por determinação da presidente.
"O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assuma. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau", afirmou o deputado.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu nesta sexta abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara.
“Todo mundo tem o direito de defender sua opinião e o que pensa, mas à medida que isso acaba sendo uma discriminação contra determinada pessoa ou determinado segmento, – inclusive ofendendo a figura da pessoa mais elevada do Poder Executivo, mas mesmo que não fosse –, isso pode ensejar sim em uma abertura de procedimento dentro do Conselho de Ética tanto na Câmara quanto no Senado”, afirmou Demóstenes.
Para Demóstenes, Bolsonaro pode criticar o governo, “mas daí a se criar um preconceito, daí a se ofender determinada pessoa, daí a se ofender a presidente da República por preconceito, aí sim exige uma posição séria do Conselho de Ética”.
Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), as declarações de Bolsonaro foram lamentáveis e exigem resposta da Câmara. “Considero lamentável a declaração do deputado Bolsonaro, que foi preconceituosa, mal-educada e não precisaria ter acontecido”.
“Eu acho que a Câmara deve, dentro dos seus mecanismos normais, chamar a atenção dessa questão. Nós não devemos dar uma conotação maior do que é a declaração do deputado, mas sem dúvida nenhuma temos que discordar e lamentar”, afirmou Jucá. “Ele [Bolsonaro] fez colocações dúbias, dando a entender outras questões, portanto é lamentável e eu espero que a Câmara tome as providências”.
'Não ofendi ninguém'
Em entrevista ao G1 depois das declarações em plenário, Bolsonaro disse que não quis ofender a presidente durante o discurso.
"Eu tenho a tribuna. Eu posso pregar o que eu bem entender na tribuna. O artigo 53 [da Constituição] diz que sou inviolável. Eu não ofendi ninguém. Não pretendo ofender. Se querem esquecer esse assunto gravíssimo para levar para o lado de que eu sou desequilibrado, não tenho culpa", declarou.
Indagado se, com a declaração, quis dizer que Dilma é homossexual, Bolsonaro respondeu: "Eu não penso nada [sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff]. Quero saber do caso de amor que ela tem com o grupo LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais]. Quero que ela explique o caso de amor porque o kit gay continua aí", disse.

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