MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Venda de bicicletas aumenta 20% e fomenta ciclismo em Mato Grosso

 

Ciclismo é praticado por lazer, esporte e como alternativa de locomoção.
Falta de infraestrutura é empecilho para que a atividade ganhe mais espaço.

Vivian Lessa Do G1 MT
Ciclismo em Mato Grosso (Foto: Malu Brandão)Uso da bicicleta é incentivado por grupo em Cuiabá
(Foto: Malu Brandão/Arquivo pessoal)
A venda de bicicletas em Mato Grosso tem aumentado em cerca de 20% anualmente. Seja para o esporte ou para o lazer, o uso do veículo tem crescido no estado, de acordo com informações das revendedoras. Um dos motivos que incentiva o resultado positivo vem de grupos que percorrem vários quilômetros, diariamente, em Cuiabá e Várzea Grande, que são os dois maiores municípios mato-grossenses.
Segundo o presidente da Federação Mato-grossense de Ciclismo (FMTC) , Manuel Lima, as competições também estão contribuindo para a vinda de novos adeptos. Conforme ele, ainda existe preconceito e, esses grupos, que embora são direcionados para o esporte, acabam influenciando a população que vai andar de bicicleta por lazer ou até mesmo como alternativa de locomoção.
Djalma Hideki, dono de uma loja que revende bicicletas esportivas, explica que o setor está em constante crescimento e que já contabiliza cerca de 500 ciclistas concentrados somente em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo ele, a expansão do setor ocorre, principalmente, pelo custo benefício que a bicicleta oferece em relação ao ônibus, carros e motocicletas. “Se comparar os quatro tipos de veículos, fazendo um mesmo percurso é possível concluir que a motocicleta chegará em primeiro lugar, seguida da bicicleta, do carro e ônibus. Considerando os custos, a bicicleta se destaca porque não polui e é uma forma de se praticar atividade física”, avaliou.
Ele pratica a atividade por 10 anos e é um dos encabeçados para incentivar o esporte no estado. “Temos a intenção de provocar o governo e a sociedade para que o uso deste meio de locomoção ganhe mais destaque, bem como vias apropriadas e seguras para o ciclista”. Conforme ele, as pessoas que têm interesse em iniciar atividade devem adquirir não só a bicicleta mas os equipamentos de segurança, como capacete, luvas, sinalizadores e óculos para proteger dos insetos.
Equipamentos obrigatórios para bicicletas (Foto: Marcus Aurélio)Equipamentos obrigatórios para bicicletas (Foto: Marcus Aurélio)
Preferência
O aumento nas vendas de bicicletas estimado pelo setor em Mato Grosso transmite um sinal de que o veículo está ganhando espaço nas ruas. A mudança no estilo de vida, para um modo mais saudável, é uma das razões que a estudante Malu Brandão, 37 anos, deixou o carro na garagem para andar mais de bicicleta. Constantemente ela usa o veículo tanto para ir ao trabalho, aos estudos e principalmente na hora do lazer. A preferência pela bike foi adotada há cerca de um ano. “Adotei a bicicleta para ter mais liberdade, fugir do constantes congestionamentos no trânsito e dar a minha contribuição para o meio ambiente, além das reduções de gastos com combustível”, conta.
Malu Brandão pratica usa a bicicleta até para ir ao trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)Malu Brandão usa a bicicleta até para ir ao
trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)
Malu ressalta que, se comparado ao desenvolvimento do ciclismo em outros estados, a expansão do segmento em Cuiabá é mais lenta. “Ainda são poucos os adeptos, mas está ocorrendo uma evolução tímida”. Isso porque, segundo ela, a falta de ciclovias é o principal empecilho para que o cidadão prefira usar o carro ao invés da bicicleta. A precária infraestrutura logística de transporte contribui para o aumento da frota de carros no estado.
Para se ter noção, no primeiro semestre deste ano foram comercializados 55 mil veículos em Mato Grosso, 13% a mais do que no mesmo período do ano anterior, quando 49 mil carros foram adquiridos. A estudante ressalta que há muitas pessoas interessadas em usar a bicicleta como meio de transporte principal para os afazeres do cotidiano, mas a insegurança das ruas e avenidas além da falta de conscientização dos próprios motoristas impedem que a iniciativa ganhe novos adeptos.
Aqueles que já são acostumados a andar de bicicleta diariamente se reúnem, em grupos, todas as semanas para incentivar o esporte que trás melhoria na qualidade de vida, reduz custos entre outros muitos benefícios. Os ciclistas são divididos por idade e principalmente pela condição física, tratando-se da resistência e das distâncias percorridas que se diferem para cada grupo. Os ciclistas percorrem as principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande.
A empresária Márcia Roque Rodrigues é uma das que praticam o ciclismo como lazer. “Em dias determinados da semana andamos de bicicleta pela cidade com um grupo aproximado de 50 pessoas”, revela. Para ela, a falta de infraestrutura impede não só a escolha pela bicicleta, mas outros modais de transporte, como ônibus e a própria caminhada. “Não temos segurança nas ruas, locais e veículos apropriados para que as pessoas optem por outras formas de locomoção, deixando o carro na garagem”, ponderou.
Projeto de lei
O incentivo para o uso da bicicleta já mobilizou o grupo para a coleta de assinaturas que visa a apresentação de um projeto de lei, de iniciativa popular, que institui o veículo como modal de transporte regular do aglomerado urbano Cuiabá e Várzea Grande. Entre as reivindicações determina-se que 5% das vias urbanas sejam destinadas a construção de ciclofaixas e ciclovias, em modelo funcional, interconectando o centro da cidade, integrado ao transporte coletivo. A iniciativa já mobilizou cerca de 140 cidadãos.
Preços
Os preços dos veículos, de acordo com Hideki, variam de R$ 1,5 mil a R$ 50 mil. Já as bicicletas mais baratas, para o uso popular, custam entre R$ 199 até R$ 1.480 mil, segundo o empresário do segmento, Luís Gustavo Souza Lima. Conforme ele, o setor está em constante crescimento, mas carece de infraestrutura e incentivos. O presidente da FMTC, Manuel Lima, ressalta que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado pela venda da bicicleta é de 17%. “É uma alíquota que queríamos zerar para que o produto fique mais barato para o consumidor”.

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