MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Venda de sêmen bovino cresce 16,5% no primeiro trimestre de 2011

 

Os melhores touros são levados para a central de produção de sêmen.
Essa técnica cria um plantel com campeões em produção de carne e leite.

Do Globo Rural
A comercialização de sêmen bovino vem crescendo no Brasil. De acordo com a Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), em 2010 foram vendidas 10,5 milhões de doses e no primeiro trimestre de 2011 houve um aumento de 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Um grupo de consultores de uma das maiores centrais de produção de sêmen do país percorre anualmente as fazendas à procura dos melhores touros. A escolha começa com garrotes de um ano e meio. O fenótipo, ou seja, as características visuais como peso, altura e pelagem são avaliadas. Outro fator levado em conta é o genótipo, o histórico genético de cada animal: quem é o pai, a mãe, e quais as chances dele passar o pedigree para frente.
Claudio Sabino, fazendeiro de Uberaba, no Triângulo Mineiro, é dono de um dos campeões de produção de sêmen do Brasil e acredita que o segredo para ter um rebanho de qualidade passa pelo resultado dos bons cruzamentos. “O intervalo entre gerações de um bovino era de cinco anos. Hoje, está com três, quatro anos, pela precocidade que aconteceu no zebu. Hoje tem muita seleção que está fazendo o primeiro parto aos dois anos. Tem muita seleção que já está fazendo o abate dos machos aos dois anos”, explica o produtor.
Segundo o veterinário Tiago Carrara, gerente da central de sêmen, o mercado está cada vez mais exigente: “Antigamente a gente olhava só o peso, mas aí deparamos com a dúvida de se nossas vacas estavam sendo boas mães e dando leite suficiente para que nossos bezerros pudessem crescer de forma produtiva e eficiente. Então decidimos investir em habilidade materna. As novas tecnologias têm buscado muito em questões de qualidade de carcaça, para que o produto no frigorífico tenha qualidade”.
A rotina de uma central de produção de sêmen começa com a escolha de touros. Aos dois anos de idade, os melhores animais de cada fazenda vão para a central, onde passam por uma quarentena e já começam a produzir sêmen. Alguns animais despertam tanto interesse do mercado que a central vende todo o sêmen que coleta e não consegue fazer um estoque. Esses touros nunca voltam para a fazenda de origem e passam a vida inteira em piquetes.
Cada piquete tem 1,2 mil m² com sombra, cama coberta de areia, serragem e muita mordomia. Não é para menos, já que um touro que vende 40 mil doses de sêmen por ano pode faturar R$ 1 milhão no período. A pastagem é feita sobre grama estrela, que tem valor nutricional baixo e resiste bem ao pisoteio de animais que pesam cerca de uma tonelada.
A ração dos touros é balanceada e oferecida duas vezes ao dia. Cada animal tem uma dieta diferente, identificadas por argolas – as vermelhas significam que o animal está de regime. Touros gordos ficam preguiçosos e não produzem sêmen de boa qualidade. A rotina deles consiste em comer, pastar, dormir e ter o material coletado.
A monta é feita em vacas chamadas de manequim e acontece no meio dos piquetes para estimular a competição entre os touros e aumentar a libido e a vontade de cruzar. Algumas vezes isso leva tempo e o coletador de sêmen precisa esperar. Como a monta é rápida e o sêmen tem que cair dentro do tubo, o peão Jorge Silvano é paciente e muito ágil na hora certa. “Ele estava com uma vaca, não estava muito bom, chegou a outra e ele animou mais rápido. Às vezes, no outro dia, ele não vai querer essa e vai querer a outra”, explica.
Assim que o sêmen é coletado, vai para o laboratório para ser avaliado. Um computador examina a qualidade do material e, na tela, é possível ver a movimentação dos espermatozóides e saber quais são os mais lentos e quais os mais eficientes. Com esse diagnóstico, fica mais fácil saber quantos espermatozóides devem conter em cada dose.
Só em uma das centrais, 20 mil doses de sêmen são produzidas por dia. Por isso, o controle de identificação precisa ser rigoroso. Cada dose é envasada em uma palheta com nome e número do animal, congelada a uma temperatura de -196ºC e guardada em nitrogênio líquido.
O técnico de laboratório Tiago Nogueira, responsável pelo raqueamento do sêmen, precisa ter muita atenção para não misturar as palhetas e os touros. “Por causa do nitrogênio, é bastante complicado, mas chegando bem pertinho da palheta dá para ver mais ou menos o nome, porque tem a partir da data que ele foi coletado”, garante.
O que determina o valor de cada dose é a genética - enquanto algumas custam R$ 10, outras chegam a R$ 3 mil. “A média de uma dose de sêmen custa R$ 17. É um investimento muito baixo para um retorno muito alto.
Hoje, a gente consegue fazer o investimento em um botijão com mais de 500 mil doses de sêmen por R$ 4 mil. Por esse valor, você não compra um touro de alta qualidade genética. Então a gente consegue levar para a fazenda por R$ 4 mil todo o material necessário para inseminação artificial e o sêmen de um dos melhores touros que a gente tem no mercado

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