MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 21 de abril de 2012

Açaí e farinha de mandioca ficam mais caros em Belém, revela Dieese


Produtos têm aumento de 20% e 13%, respectivamente, na capital.
Para continuar consumindo ítens, paraenses têm adotado novas estratégias.

Glauce Monteiro Do G1 PA

Feira do açaí é um dos pontos mais procuradores por turistas e consumidores no mercado Ver-o-peso, em Belém (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)No Mercado Ver-o-Peso, um dos pontos mais procuradores por turistas e consumidores em Belém, alta do açaí assusta (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)
Comer açaí com farinha de madioca está mais caro em Belém(PA). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos três primeiros meses de 2012, o açaí teve alta de 20%, enquanto seu principal acompanhamento, a farinha de mandioca, registra reajuste histórico de preço em relação ao último ano, com aumento de 13%.
"Mesmo com o preço alto não conseguimos parar de comprar. Aqui em casa ninguém come sem açaí, então não tem jeito", conta a comerciante Maria Altina Cavalcante. Ela vive no bairro do Jurunas, em Belém, e diz que gasta quase R$ 400 por mês para menter o hábito familiar.
Segundo ela, no bairro, o preço do açaí varia de R$ 6 a 8 o litro, depedendo da espessura do fruto, e o quilo da farinha, que antes custava R$ 1,5, agora não sai por menos de R$ 2,80. "Fica complicado porque compramos quatro litros de açaí e dois de farinha todo dia, independente do preço", contabiliza.
No Pará, o consumo deste produtos associados é uma prática cultural. Os paraenses tomam uma espécie de polpa de açaí misturada com farinha de mandioca após as refeições.
Desde o final de 2011, o preço do litro do açaí tipo médio, o mais consumido no estado, tem crescido na capitla paraense, saltando de R$ 10,28, em dezembro do ano passao, para R$ 12,25, em março de 2012.
"A tendência ainda é de alta, e poderemos chegar ao final do mês de abril com recorde histórico em termos de reajustes no preço do açaí comercializado na Região Metropolitana de Belém", aponta estudo do Dieese.
Preço da farinha dispara
A farinha de mandioca, por sua vez, é o produto com maior aumento de preços na capital, com 5,82% nos três primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado, e de 13,19%, em relação a todo o ano de 2011.
"Para termos uma ideia do que significa este reajuste no preço da farinha de mandioca no Pará, em cerca de 17 anos de Plano Real é só compararmos a subida da cesta básica no mesmo período. Enquanto a cesta subiu em média 289%, a farinha de mandioca subiu cerca de 653% e a inflação em torno de 312%. Portanto, a farinha de mandioca subiu bem mais que a média de toda a cesta no mesmo período e bem acima da inflação também do mesmo período", afirma relatório do Dieese.
Por outro lado, o Pará é o estado com a maior produção nacional do produto com um milhão de toneladas anuais e 300 mil hectares plantados. O crescimento da produção, no entanto, não reflete em menor preço aos consumidores. Ainda segundo o Dieese, entre as principais causas para a diferença estão a produção artesanal de farinha de mandioca e a existência de vários atravessadores entre o produtor e o consumidor final.
Novas estratégiasPara o pesquisador de antropologia Romero Ximenes, essa tendência de alta de preços continuará. "Antes tínhamos a produção e um tipo particular de consumo: açaí com farinha. Hoje temos uma série de novas demandas, industriais até, para a mesma matéria-prima, sem que a aprodução tenha acompanhado esta demanda", explica.
O açaí é utilizado para xaropes, achocolatados e tem ganhado destaque na exportação. Já a farinha de mandioca ou farinha d'água é base para a produção de insumos como a fécula, matéria-prima na produção de alimentos e rações animais.
"Sem o produto que agora segue para exportação, o paraense, especialmente os oriundos do Baixo Tocantins e de municípios no Nordeste do estado, próximos à capital, têm dois caminhos: ou sacrificam outros produtos da cesta básica para continuar consumindo o açaí com farinha diariamente ou tendem a adicionar água à mistura para que a mesma porção possa ser consumida por mais integrantes da família", afirma Romero Ximenes.

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