Conselho Tutelar de Açailândia não está recebendo os menores.
Só este ano, cinco chegaram ao municipio nessas condições.
Só este ano, cinco chegaram ao municipio nessas condições. A gerente de relações com a comunidade da Vale, Elis Ramos, disse que há mais de quatrocentos profissionais de segurança trabalhando ao longo da ferrovia, inclusive realizando vistorias nos vagões e locomotivas.
Conselheiros tutelares e o Ministério Público do Estado do Maranhão fizeram denúncias graves, como casos de prostituição e ameaças a menores. Segundo os relatos, os meninos aproveitariam as facilidades de acesso às ferrovias para embarcar de modo clandestino nos vagões de minério de ferro e até mesmo entre os motores das locomotivas.
Em 2008, 195 menores foram flagrados desafiando o perigo nos trens e este ano, seis meninos já burlaram o esquema da mineradora. A companhia está sendo acusada de violação da dignidade dos meninos por vários conselhos tutelares de cidades à beira dos trilhos. “Eles chegavam lá no conselho, muitas vezes, cheios de marcas avermelhadas no corpo devido ao contato com o minério nos vagões”, relatou Elisângela Silva, conselheira tutelar no município de Açailândia.
Inquérito
Um inquérito em andamento no Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) apura as denúncias de abuso sexual nas estações da Vale. “A notícia que chegou à PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão), de que estaria acontecendo, também, exploração sexual de meninas nos trens da Vale também vai ser investigada”, relatou a assistente social do MPF, Nissa Medeiros.
A Gerente de Relações com a Comunidade da Vale, Elis Ramos, apresentou as medidas tomadas pela mineradora para evitar o embarque clandestino dos meninos nos trens de minério. Ela admitiu que é muito difícil impedir a entrada dos menores nos trens, que medem 3,5 de comprimento e tem mais de 330 vagões.
Atualmente, cerca de 400 profissionais de segurança vigiam os 800 km da estrada de ferro. A Vale investe por ano 11 milhões de reais na segurança da ferrovia. “Sabemos do risco e nos preocupa saber que, muitas vezes, a gente só consegue perceber esse jovem quando ele já está dentro do trem”, confessou a gerente.
O Promotor da Infância e da Juventude, Márcio Thadeu Marques, falou sobre a responsabilidade da companhia. “Cada criança que é encontrada nessa composição é uma violação grave de compromissos legais, contratuais, convencionais e constitucionais da empresa com relação à integridade. Uma criança viajar dentro de uma locomotiva, de um motor, é um negócio inimaginável”, desabafou o promotor.
O MP deu um prazo de 90 dias para que a Vale apresente um projeto de solução para o problema. Segundo a empresa, o prazo será cumprido.
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