MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Deficientes visuais encenam Paixão de Cristo nas ruas de Fortaleza


Sociedade de Assistência aos Cegos realiza espetáculo há 15 anos.
53 atores participam do espetáculo no Bairro Monte Castelo nesta terça (3).

Gabriela Alves Do G1 CE

paixão de cristo da SAC (Foto: SAC/Divulgação)Com visão parcial, Márcio Wanderson interpretou Cristo pela primeira vez no espetáculo. (Foto: SAC/Divulgação)
Um grupo de 53 deficientes visuais encenou a Paixão de Cristo na tarde desta terça-feira (3) pelas ruas de Fortaleza. O espetáculo começou a ser interpretado há 15 anos como atividade da Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) e, atualmente, é um dos momentos mais esperados pelos alunos da instituição e por espectadores do Bairro Monte Castelo, zona norte da cidade.
“É gratificante sentir que a gente está contando a história de Jesus e está passando emoção para as pessoas”, conta Márcio Wanderson do Nascimento, 20 anos, que interpreta Jesus Cristo pela primeira vez neste ano depois de se destacar em espetáculos passados. Mesmo com a visão parcial, o protagonista diz que não teve nenhuma dificuldade para percorrer as ruas durante as 14 estações da Via Sacra e carregar a cruz de madeira na Avenida Bezerra de Menezes, uma das mais movimentadas de Fortaleza.
espetáculo paixa de cristo feito por cegos (Foto: instituto hélio goes/divulgação)Encenação de 2011, com Paulo Roberto como
Cristo (Foto: SAC/Divulgação)
Mensagem
Antes de Márcio Wanderson assumir o papel, o professor de informática da SAC, Paulo Roberto Cândido de Oliveira, interpretava Jesus desde 2007, ano em que a encenação passou a ser feita nas ruas ao redor da instituição. “Por sair do padrão, a mensagem da Paixão de Cristo é muito mais forte. Mostramos que todas as pessoas são iguais e podem construir seu próprio caminho”, afirma o professor de 51 anos formado em engenharia elétrica e com baixa visão.
A encenação nesta terça-feira (3) durou 45 minutos e foi audiodescritiva para que os atores e espectadores com deficiência visual compreendessem cada estação da Via Sacra. De acordo com a coordenadora pedagógica da SAC, Rutilene Sousa, os alunos vinham se dedicando há mais de um mês para a apresentação. Nos primeiros anos, a coordenadora lembra que os participantes tinham de ser escolhidos e que o figurino era emprestado das igrejas.
“Hoje, os alunos pedem para fazer parte da encenação e já temos nossas roupas. Com essas atividades, a gente consegue resgatar a autoestima e eles acabam percebendo que podem muito mais”, diz. A SAC foi fundada em 1942 e, atualmente, atende 256 alunos com deficiência visual de três anos a 83 anos do Ceará.

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