MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Em 6 anos, socorro a acidentados com motos subiu 16 vezes no ES


1.652 vítimas de acidentes com moto foram atendidas em 2012, diz Sesa.
Capixaba Juliana Guerra chegou a ficar em coma após acidente em 2011.

Leandro Nossa Do G1 ES

Juliana Guerra ficou em cadeira de rodas após acidente de moto (Foto: Juliana Guerra / Arquivo Pessoal)Juliana ficou em cadeira de rodas após acidente de
moto (Foto: Juliana Guerra / Arquivo Pessoal)
A auxiliar administrativo, Juliana Guerra, sofreu um grave acidente de moto há um ano em Vila Velha, na Grande Vitória, ficou em coma e atualmente se recupera de algumas lesões. Ela faz parte do grande número de vítimas em acidentes de trânsito envolvendo motociclistas no  Espírito Santo.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), na tarde desta quarta-feira (18), nos últimos seis anos, o número de atendimentos a este tipo de acidente cresceu 16 vezes no estado. Em 2006, 420 motociclistas acidentados foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), enquanto em 2011 o número chegou a 6.886.
Juliana conduzia sua moto em uma avenida de Vila Velha, quando foi atingida por um carro, que não respeitou o sinal vermelho, em um cruzamento movimentado da cidade. Ela chegou a ficar em coma por duas semanas e ficou sem andar por quatro meses. Hoje, ela precisa do auxílio de muletas para caminhar.
“Ainda preciso fazer fisioterapia todos os dias, são duas horas de fisioterapia diárias. Ainda caminho mancando, com o auxílio de muletas e preciso de algumas cirurgias para corrigir uma série de problemas. Pelo menos não estou mais na cadeira de rodas. Para mim já é uma melhora muito grande”, diz.
Para o coordenador médico do Samu, Alexandre Bittencourt, as vítimas em acidente de moto correm mais riscos por estarem mais expostas às lesões. “As vítimas de acidente com moto sofrem traumas mais graves e em mais partes do corpo do que as de acidentes de carro. Devido à maior gravidade, também levam mais tempo para se recuperar e maior risco de sequelas”, ressalta Bittencourt.
Somente no primeiro trimestre de 2012, foram registrados 2.881 acidentes de trânsito, sendo 1.652 de moto, o que representa 57% do total de atendimentos realizados pelo serviço. Além do aumento no atendimento feito pelo Samu, os hospitais estaduais também registraram crescimento. Em alguns hospitais, a taxa de ocupação dos leitos para atender esta demanda chega a 80%.
Com o grande número de acidentes, muitos motociclistas alegam que a falta de respeito no trânsito tem sido crucial para o aumento da estatística. “Os motoristas de carro já têm birra dos motociclistas e ninguém respeita a gente. Sempre somos fechados, e jogados para o canto nas avenidas”, diz a enfermeira e motociclista Fernanda Santos, que sofreu um acidente de moto no início de 2012. Ela sofreu uma entorse e ficou de muletas por 15 dias.
Trauma
E após um acidente tão grave, a coragem de voltar a andar de moto fica de lado, como conta Juliana Guerra. “Não tenho vontade alguma de subir em uma moto de novo na minha vida. Sempre soube que era perigoso, mas não imaginava o que podia acontecer. O que mais quero é só ficar bem”, conta.
Acidentes de moto atendidos pelo Samu
2006 - 420 (de um total de 3.364 atendimentos de acidentes de trânsito)
2007 - 957 (de um total de 4.030 atendimentos de acidentes de trânsito)
2008 - 1.506 (de um total de 5.692 atendimentos de acidentes de trânsito)
2009 - 3.512 (de um total de 7.663 atendimentos de acidentes de trânsito)
2010 - 5.462 (de um total de 10.485 atendimentos de acidentes de trânsito)
2011 - 6.886 (de um total de 12.418 atendimentos de acidentes de trânsito)
2012 - (janeiro a março) – 1652 acidentes com moto, dentro de um total de 2,881 acidentes de trânsito (57%)
Juliana Guerra foi atendida após sofrer acidente em 2011 (Foto: Arquivo / TV Gazeta)Juliana Guerra foi atendida após sofrer acidente em 2011 (Foto: Arquivo / TV Gazeta)

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