MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Em Goiás, INSS nega aposentadoria por invalidez a mulher com câncer


Órgão afirma que empregada doméstica está apta a trabalhar.
Entretanto, atualmente ela está impossibilitada de andar, falar e ouvir.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera

Trabalhadores de Anápolis (GO), a cerca de 58 km de Goiânia, afirmam que estão enfrentando dificuldades para conseguirem a aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no município. Entre os requerentes, está a empregada doméstica Maria Cândida de Moraes, de 59 anos. Mesmo com um diagnóstico de câncer na laringe, o que inibe ela de andar, falar e ouvir, o INSS cortou o benefício e negou a aposentadoria por invalidez.
“Ela esteve duas vezes na perícia médica, mas o pedido do benefício foi negado. Eles colocaram no laudo que ela está apta a trabalhar”, relata o irmão da empregada doméstica, Antônio da Barra Ferreira. Segundo ele, Maria Cândida exerceu a profissão cerca de 30 anos, mas atualmente não consegue nem mesmo ser independente.
A filha dela, Mariza Cristina da Barra, afirma que deixou o emprego para cuidar da mãe e, com isso, a família tem enfrentado dificuldades financeiras. Somente neste mês de abril, foram gastos mais de R$ 500 na compra de medicamentos. Segundo ela, todos os dias a empregada doméstica precisa tomar pelo menos cinco tipos de remédios para dor.
Emocionada, a Mariza Cristina reclama do corte da aposentadoria. “Estou a vendo minha mãe morrer aos poucos e eu não posso dar o que ela precisa, pois, o médico diz que ela está apta a trabalhar. O que eu peço é o mínimo de conforto para o final da vida dela”, declara.
Além de empregada doméstica Maria Cândida de Moraes, o eletricista Eraldo Miranda Barbosa enfrenta o mesmo problema no INSS. Ele trabalhou na área industrial por mais de 23 anos e atualmente está impossibilitado de exercer a profissão por causa de um acidente.
Há cerca de cinco anos, Eraldo Miranda foi vítima de uma descarga elétrica no braço de mais 380 watts. E, com uma platina no órgão, ele afirma que não tem condições de trabalhar. Além disso, o eletricista foi diagnosticado com depressão, o que segundo um laudo psiquiátrico, ele não está apto para voltar a rotina de serviço. “Com isso, minha situação financeira atualmente está incontrolável. Não sei mais o que fazer para pagar as minhas dívidas”, relata Eraldo Miranda Barbosa, que teve o pedido de aposentadoria cortada há um ano.
Segundo a esposa dele, Marli Leite, os gastos com medicamentos atingem aproximadamente R$ 600. E, para cobrir as despesas, a família teve que realizar um empréstimo no banco. “A sensação é de muita revolta, pois, na hora que a gente mais precisa ninguém faz nada”, lamenta.

Análise
A gerente executiva do INSS em Anápolis, Raildete Marques Dias, explica sobre os dois procedimentos requisitados. “Em relação a dona Maria Cândida, ela ainda tem a possibilidade de requerer recursos da previdência social para receber o benefício novamente. Esse procedimento pode ser feito na própria agência do órgão e, se for aprovado, o retorno do recebimento é rápido. Mas isso, depende de um processo de análise da perícia médica”, explica a gerente, que conclui.
“Já em relação ao eletricista Eraldo Miranda, uma equipe multidisciplinar fez o atendimento dele e afirmou que o mesmo está apto a exercer a função. Inclusive, ele passou por um processo de melhoria na escolaridade, mas não conclui o curso”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário