MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Estiagem e confronto com sem-terra reduzem safra de grãos no Paraguai


Agricultores acreditam que seca deve provocar quebra de até 30%.
Situação de confronto com sem-terras atrasa o plantio do trigo.

Do Globo Rural

A situação dos brasileiros que cultivam grãos no Paraguai está difícil. As lavouras de milho sofrem com a estiagem. Além disso, novas invasões de terra aumentam a preocupação dos agricultores.
Nas terras do agricultor Valmir Berle, brasileiro que mora no Paraguai, o milho atingiu quase 50 centímetros de altura. O agricultor está desanimado e acredita que a seca deve provocar quebra de 30% na produção. “Vai dar um pouco de milho, mas não vai dar qualidade padrão para exportação, e ai o preço vai ser em inferior, vai cair muito mais".
Além dos problemas climáticos, os agricultores estão preocupados com a situação de conflito com os sem-terra paraguaios. Os chamados carperos afirmam que os títulos das terras são falsos e que os brasileiros não respeitaram a lei de fronteira. A determinação, que entrou em vigor em 2005, proíbe a compra de terras por estrangeiros, em uma margem de 50 quilômetros da fronteira. Os brasileiros dizem que compraram as terras antes da promulgação da lei. “É um fantasma que assombra a nossa região. Essas terras aqui estão há 40 anos ou mais nas mãos de nosso povo, que veio do Brasil. É uma pressão que o governo está fazendo com títulos falsos, com histórias inventadas, para iludir essas pessoas de que vão ter uma terra”, diz Márcio Giordani.
Os carperos migram de propriedade em propriedade. No momento, eles estão dentro da propriedade de Tranquilo Fávero, um dos maiores produtores de soja do Paraguai. As barracas foram montadas há quatro quilômetros da sede da Fazenda.
Outros grupos estão invadindo propriedades da região, como a do agricultor Maximino Lazaroto. A lavoura já estava preparada para o plantio do trigo, mas ele deixou o local com medo, depois que um grupo de sem-terras invadiu a propriedade. Agora o dono não sabe quando vai poder voltar para o que é dele. “Há 32 anos a gente chegou aqui, começou de baixo, conseguiu construir alguma, e agora a gente aquilo que a gente fez ser invadido sem argumento algum. Isso é muito triste".

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