Em Cuiabá, cerca de 5 mil pessoas precisam de medicamentos gratuitos.
Saúde diz que não faltam medicamentos e alega atraso na distribuidora.
Para as crianças e adolescentes, os dois tipos de insulina, conhecidos como Alantus (tipo 1) e Apidra (tipo 2) devem ser aplicados diariamente. É o caso da filha do assistente administrativo Ricardo Rodrigues, de sete anos, que não vive sem dois tipos de insulina. Mesmo com uma liminar na Justiça que obriga o estado e o município a fornecer os medicamentos e o kit de testes que permitem a medição do nível de açúcar no sangue, ele está há três meses sem consegui-los.
“Eu tenho ligado todos os dias e a única posição que me passam é que está sendo licitado e de que falta a empresa entregar os medicamentos. Se eles sabem que vai vencer o prazo, deveriam estar licitando isso dentro do período, para que não venha faltar o medicamento para cada paciente” declarou o pai.
Dona Circe Benedita Malheiros, que convive com o diabetes há 26 anos, também enfrenta problemas quando vai ao posto. Para não ficar sem os remédios, fitas, reagentes, lancetas e agulhas para a medição da glicemia, ela gasta cerca de R$ 1.200 por mês. “Frequentemente eu tenho ido ao posto e a resposta sempre é que as fitas para medição da diabetes não estão disponíveis ainda”, lamenta a dona de casa.
As reclamações feitas por ela na ouvidoria da Secretaria municipal de saúde não surtiram efeito. “Já fiz várias reclamações na ouvidoria da secretaria municipal de saúde, e na própria ouvidoria, a secretária me disse que o mais certo é entrar na defensoria, porque ela está cansada de fazer os pedidos e não obter retorno. Você se sente excluída. Porque você cumpre com suas obrigações de cidadã, paga seus impostos em dia, e na hora em que você necessita não tem retorno”, desabafou.
Em Cuiabá, cerca de 5 mil pessoas com diabetes dependem dos medicamentos fornecidos em postos de saúde e policlínicas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há falta de insulinas e muito menos de insumos para esses pacientes.
Segundo o assessor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde, Paulo César Ribeiro,no mês passado, a empresa contratada atrasou para comprar os kits de exames, mas o problema já foi resolvido. “Essa empresa foi notificada, foi aplicada as sanções administrativas, como multas e ela regularizou agora nessa primeira quinzena de abril as entregas. A falta em alguns locais destes insumos já estão sendo regularizadas e as entregas já estão sendo feitas”, afirmou.
No caso da filha de Ricardo, a situação logo deve ser regularizada. “Os materiais remanescentes, os que faltam, de acordo com o almoxarifado, serão entregues até o dia 20 deste mês”.
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