MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fiel decide ficar sem fofocar durante a quaresma, em Catalão, GO


Sacrifício é chamado de 'jejum de língua' e tem gerado falatório na cidade.
Penitente diz que buscava algo que ajudasse a edificar a alma.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Muitos católicos fazem da quaresma –   período que representa os 40 dias que Jesus passou em jejum em um deserto – uma época para fazer penitência: algumas pessoas deixam de comer carne, doce ou de tomar bebidas alcoólicas. Na cidade de Catalão, a 249 km de Goiânia, no sul de Goiás, uma moradora foi além e decidiu fazer o que chama de jejum de língua. A produtora cultural Gláucia Evangelista resolveu ficar sem falar mal das pessoas durante 40 dias.
Ela conta que sempre teve a prática de fazer jejum e que normalmente abdicava de algum tipo de comida. “Então me veio a ideia de um jejum que edificasse a alma, que modificasse alguma coisa na nossa maneira de viver”, relata.
“De vez em quando é bom fazer uma venenoterapia”, confessa a penitente.
Em respeito à escolha de Gláucia as amigas têm deixado de fazer fofoca perto dela. “Tem umas amigas minhas que brincam dizendo que têm uma fofoca, mas que não irão me contar, pois eu não posso comentar nada. Eu falo que é melhor não contar nada e ficar em silêncio mesmo”, diz.
Falatório
A penitência da produtora cultura deu o que falar na cidade com 86.647 mil habitantes. E por lá mesmo há pessoas que não querem saber de fazer o jejum da língua.
O lavrador Evaldo Santos se defende e diz que tem que falar. “Todo mundo bate na cuia, como é que eu vou ficar para trás. Não posso”, diz.
Para o autônomo Aparecido Francisco Bárbara, essa promessa é impossível de ser cumprida. “Ninguém dá conta. Não tem jeito. Só se for mudo”, diz sorrindo.
Mas há os que afirmam que nunca falaram mal de outra pessoa. “Eu nunca falei mal de ninguém, por incrível que pareça”, diz a ajudante de cozinha Maria Justina Machado.
Roupa
Existem também os que admitem ter falado mal de alguém. Segundo a vendedora Cláudia Rodrigues, o mais comum é falar da roupa de alguém. “O estilo de alguém, se está gordinho ou se está magrinho. Sempre tem algo para se comentar”, afirma Cláudia.
Na opinião da estudante Ivana Carolina Ribeiro, em alguns momentos, é muito difícil ficar de boca fechada. “Eu acho muito difícil. Não tem como. A gente vê e a gente tem que comentar”, admite.
Em tom de brincadeira, o autônomo Aparecido Francisco Bárbara diz que trabalha na esquina da fofoca. “Aqui, um fala da vida da gente e a gente fala da vida do outro. A vida é essa e não pode parar. Não tem esse que não fala da vida do outro”, provoca.

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