MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Incra diz que só discute com MST após desocupação do prédio no CE


Militantes decidem se vão aceitar condição e nova reunião pode ocorrer.
Assistência técnica e liberação de terras estão entre reivindicações.

Do G1 CE

Em reunião com os representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na tarde desta quarta-feira (18), o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Ceará, Raimundo Cruz Pinto, condicionou o início das discussões sobre as reivindicações dos MST à desocupação dos corredores do órgão.
Segundo o Incra, o superintendente fez tal solicitação para preservar os processos sob guarda do instituto e para que os funcionários retomem os trabalhos normalmente. Com isso, o Incra aguarda a posição do MST para realizar uma nova reunião. O G1 tentou entrar contato com a assessoria do MST, mas até às 17h50 os telefones da  estavam desligados.

Os militantes do MST deixaram o Palácio da Abolição, sede do Governo do estado, e ocuparam o prédio do Incra na manhã desta quarta-feira (18). Segundo os representantes do MST, a reunião com o representante do Incra é para reivindicar pautas como a liberação dos recursos para a assistência técnica dos assentamentos e a situação das pessoas que estão em acampamentos aguardando a concessão de terras para fixarem assentamentos.
Os manifestantes estavam desde a manhã de segunda-feira (16) no Palácio da Abolição e foram recebidos pelo governador Cid Gomes (PSB) na noite desta terça-feira (17).  A comissão do MST considerou “proveitosa” a reunião com o Governo.
Durante o encontro, Cid Gomes se comprometeu a atender as reivindicações exigidas por membros do MST, como o complemento de R$ 6 mil a 300 famílias de Crateús que recebem benefícios do programa Minha Casa Minha Vida e a viabilização com os demais governadores de estados do Nordeste de uma reunião nos Ministério da Integração Nacional e do Desenvolvimento Agrário ações para atenuar os efeitos da estiagem prolongada. "Houve um avanço muito grande na reunião e fomos muito bem recebidos pelo governo", avaliou o membro da comissão Antônio Pereira.

Massacre de Eldorado dos Carajás
Além da reivindicação de projetos contra a seca, a ocupação do Palácio da Abolição no Ceará e do prédio do Incra é um protesto em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás. O MST promete realizar cerca de 20 ocupações de terra em todo o estado neste mês, o Abril Vermelho, em memória de 21 sem-terra assassinados em Eldorado de Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996, que foi transformado em Dia Nacional de Luta pela reforma Agrária.

O movimento diz que 16 anos depois do massacre que teve repercussão internacional ninguém foi preso, não foi realizada reforma agrária e os militantes e sem-terra ligados ao movimento continuam sendo alvo de violência. Para o MST, o primeiro ano do governo Dilma Rousseff foi o pior dos últimos 16 anos em termos de criação de assentamentos.

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