MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Produtores de MT buscam manter sucessão familiar nos negócios


Antes, a tendência era vender a propriedade e dividir a herança.
Hoje a propriedade virou uma empresa voltada ao mercado.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Campeão brasileiro na produção de grãos com uma safra estimada em 35,8 milhões de toneladas para o ciclo 2011/12, Mato Grosso vive uma preocupação que se concentra, na maior parte das vezes, da porteira para dentro. Com um segmento organizado, pairou sobre a categoria a dúvida de como garantir a continuidade dos negócios em família. A chamada 'sucessão familiar' acendeu o sinal de alerta. Os agricultores querem saber como garantir a manutenção das atividades, passando-as às gerações seguintes. Na atualidade, a opção encontrada tem sido a terceirização.
O raciocínio é simples: filhos de agricultores não devem seguir o mesmo caminho dos pais na hora de perpetuar os negócios da família. Carlos Fávaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho no Estado (Aprosoja), destaca que esta situação gera incertezas. Por isso, a sucessão familiar será o tema central da 7ª edição do Circuito Aprosoja em Mato Grosso.
"Os produtores, que aqui em Mato Grosso chegaram no começo, não são mais jovens. Agora, estão no momento de passarem adiante os negócios, mas de forma planejada. Precisamos despertar o sentimento pela sucessão familiar", destacou o representante. Mas conforme define Fávaro, não é apenas o grande produtor rural que vive este dilema. É geral, e alcança agricultores espalhados pelas cerca de 140 mil propriedades presentes na unidade federada.
O presidente da Aprosoja reconhece a falta de planejamento do segmento no tocante da sucessão familiar. "Ninguém tem uma sucessão familiar planejada. Não é só um problema de Mato Grosso", expressou o dirigente.
Sem terem a quem repassar a administração dos negócios do campo, muitos agricultores devem se render à prática da terceirização. É o caminho mais ágil e prático visto pelo segmento. "Se na família não há ninguém com aptidão para tocar os negócios, tem que se procurar alguém. Executivos, empresas, por exemplo. Uma saída é terceirizar, pois você encontra alguém apto a continuar gerenciando os negócios", pontuou Carlos Fávaro.

Novos ares

Para o presidente da Aprosoja, a tendência no passado era pela venda das propriedades rurais e divisão da herança entre os herdeiros. Mas ela pode mudar a medida que o setor adquire novos conhecimentos. "É um quesito cultural em que os patriarcas constituem uma linha sucessória", disse Fávaro.
Pais lutam pela sucessão
Produtor rural no município de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, Vanderlei Reck Júnior lembra que o campo pode unir várias gerações. Ele é pai de duas meninas, com 2 e 4 anos, e salienta que desde pequeno é preciso despertar a consciência da importância da sucessão familiar.
Independente das escolhas profissionais dos filhos, por exemplo, Reck Júnior acentua que no campo sempre há espaço para diferentes carreiras. "É importante desde o início você passar essa consciência. Hoje a propriedade rural é uma empresa e independente de serem mulheres há espaço", disse ao G1.
Com 31 anos de idade, o produtor rural fez o caminho inverso da sucessão familiar. Ele não administra os negócios da família, mas com o pai adquiriu a experiência de como trabalhar no meio rural. Com 18 anos, Reck júnior começou a desempenhar a função de empresário do campo. É o que ele chama de 'sucessão profissional'. "Herdei a experiência e a educação de como trabalhar, uma herança boa", pontuou. Enquanto Reck Júnior planta no município tangaraense, o pai é agricultor em Campo Novo do Parecis.
Sucessão em pauta
Em 2012, os produtores elegeram como tema central da 7ª edição do Circuito Aprosoja a “sucessão familiar”. O evento percorrerá 23 cidades de Mato Grosso (incluindo a capital Cuiabá) com objetivo de levar aos produtores informações estratégicas do setor, tendências nacional e mundial para o mercado de grãos, além de discutir e elencar as prioridades relacionadas à garantia de manutenção dos negócios pelas gerações futuras.
Equipes da associação vão percorrer 6 mil quilômetros passando por municípios que juntos representam 59% da área plantada com soja no estado, ou perfazendo um universo de 4,4 milhões de hectares. A meta é levar o conhecimento para 3,5 mil pessoas na unidade federada.
Cuiabá é a primeira cidade a receber a programação do circuito nesta quinta-feira (12). Na segunda (16), será a vez de Diamantino, seguido por Campo Novo do Parecis na terça (17); Sapezal na quarta (18); Campos de Júlio na quinta (19) e Tangará da Serra na sexta (20). O circuito segue até o dia 18 maio, finalizando em Nova Xavantina.

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