MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 29 de maio de 2012

Amazonas poderá ter distribuição de pão feito de comida que iria para o lixo


'Farinata' pode ajudar a combater a fome e o desperdício de alimentos.
ONG busca apoio para implementar projeto no Brasil.

Marcos Dantas Do G1 AM

Comida é feita de alimentos que iriam para o lixo (Foto: Reprodução/ TV Amazonas)Comida é feita de alimentos que iriam para o lixo
(Foto: Reprodução/ TV Amazonas)
Em visita a Manaus, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) apresentou um projeto que, segundo a Organização, pode combater a fome e o desperdício de comida no mundo. A 'farinata' é um composto que utiliza alimentos em bom estado que seriam desperdiçados. Este tipo de pão poderá ser distribuído gratuitamente no Amazonas.
A ONG se reuniu com Presidente e empresários do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) para apresentar o projeto. De acordo com a presidenta da Plataforma Sinergia, Rosana Perroti, os empresários aprovaram a ideia e a farinata servida fez sucesso na reunião. "Recebemos apoio total, a nossa semana em Manaus foi até curta", disse ao G1.
Rosana destacou que a ONG pretende voltar à Manaus em julho, mas que isso pode acontecer até antes. "Conversamos com o Governo e sentimos uma boa vontade para engrenar com o projeto. Também temos sinais positivos de alguns possíveis parceiros que estariam interessados em conhecer o projeto por inteiro, portanto, pode ser que retornemos à Manaus antes mesmo da data prevista anteriormente", contou.
Farinata
A farinata pode ser produzida de qualquer alimento, o que faz com que seu sabor e valor nutricional, varie conforme a matéria prima utilizada no produto. "Podemos fazer farinata de feijoada, ou de frutas e legumes, por exemplo", explicou Rosana Perroti.
A matéria prima da farinata não são sobras de alimentos. A comida utilizada é aquela que por algum motivo não foi aproveitada em diversos ramos alimentícios, como explica Rosana. "Alguns supermercados, por exemplo, retiram produtos das prateleiras antes do vencimento para não correrem risco de vender comida vencida. Esse alimento em perfeito estado e dentro do prazo de validade poderia se transformar em farinata, sendo que esse formato, tem, após sua finalização, uma validade de até dois anos", afirma.
Todos os alimentos utilizados para a fabricação da farinata são esterilizados, pasteurizados, e desidratados. Segundo a presidenta da Plataforma Sinergia, o alimento seria uma opção viável para a merenda escolar no Brasil. "Estamos procurando parceiros que possam elaborar uma série de sabores diferenciados para que a farinata possa ser utilizada na merenda escolar, e as crianças possam desfrutar de uma comida saborosa e nutritiva", explicou.
A farinata pode ser consumida em formato de pão ou farinha rica em proteínas. O projeto original prevê que a embalagem, que seria feita de material reciclado, seja anti-catástrofe, com seis camadas de proteção do produto. "Isso possibilitaria fazer com que o alimento chegue a lugares de difícil acesso em condições normais ou adversas", disse Rosana Perroti.
Se concretizado o projeto, a farinata será distribuída de graça, segundo Rosana. "Ainda temos que acertar alguns detalhes, como quantidade por unidade de produto, matéria prima que será usada, e fechar uma parceria concreta para que possamos produzir em larga escala e atender o maior número de pessoas possível não só no Brasil, mas no mundo", contou.
O projeto da farinata, segundo a ONG Plataforma Sinergia, só foi apresentado nos Estados de São Paulo, Pernambuco e Amazonas, sendo que em São Paulo, o produto já é fabricado. A ONG deve voltar a Manaus no mês de julho para conversar com o Arcebispo Dom Luiz Soares Vieira e possíveis parceiros para a produção da farinata.
Conversa com o Governo do Amazonas
A secretária executiva do Fundo de Promoção Social do Amazonas (FPS), Vânia Barbosa, afirma ter ficado 'encantada' com o projeto da farinata. "É um projeto maravilhoso e condizente com a nossa realidade, mas é bom deixar claro que o que tivemos foi apenas uma conversa, e que ainda não há nenhum compromisso firmado pelo Governo com a ONG. Sugeri que eles voltassem a Manaus, conversassem com a Arquidiocese, que tem projetos que se encaixariam perfeitamente com essa ideia, e apresentassem formalmente o projeto ao Governo, o que ainda não aconteceu", disse a secretária executiva ao G1.

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