MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Assis alega dívida, pega camisas de graça e causa rebuliço na loja do Fla


Agente provoca constrangimento na sede e chama vice de finanças para resolver problema: 'Não pagam meu irmão, então não vou pagar também'

Por Janir Júnior Rio de Janeiro

ASSIS NO GALEÃO (Foto: Fabricio Costa / Globoesporte.com)Relação entre Assis e a diretoria do Flamengo
está desgastada (Foto: Globoesporte.com)
Enquanto Tufão e companhia agitam a Avenida Brasil, o Flamengo tem sua novela da vida real na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa. No fim da tarde e começo da noite desta terça-feira, a sede foi palco de cenas que causaram constrangimento e apreensão entre funcionários, retratando a relação entre Assis e o clube, que acumula uma dívida milionária com Ronaldinho Gaúcho. O cenário foi a loja Fla Concept, na sede da Gávea. Os personagens principais, o irmão do camisa 10 e o vice de finanças Michel Levy. Vendedores e clientes, involuntariamente, participaram como figurantes, assistindo a tudo com ares de espanto. A seguir, o enredo e capítulos da trama rubro-negra.
Por volta das 17h desta terça-feira, Assis chegou à loja da fornecedora de material esportivo do clube. Ao caminhar pelo enorme salão, logo foi reconhecido no local. O empresário, então, recolheu uma penca de camisas oficiais, bonés, roupas de bebê, entre outras peças, num total de quase 40 itens.
O Flamengo não paga meu irmão, então não vou pagar também"
Assis
Apesar de assustados com a quantidade de material, os vendedores já vislumbravam a comissão com o alto valor da venda. Foi quando, para espanto de todos que testemunharam a cena, Assis colocou as peças no balcão e disse, por mais de uma vez, em alto e bom som:
- O Flamengo não paga meu irmão, então não vou pagar também – disse Assis, enquanto pedia sacolas para guardar o material.
Boquiabertos, os funcionários não sabiam como agir e logo perceberam que não se tratava de uma pegadinha do empresário.
- Explicamos para o Assis que não poderíamos autorizar de jeito nenhum. Foi quando ele ligou para o Michel Levy (vice de finanças) – revelou um dos vendedores, que pediu para não ser identificado.
loja Flamengo grades (Foto: Marcelo de Jesus / Globoesporte.com)Funcionários da loja ficaram boquiabertos com o
desentendimento (Foto: Globoesporte.com)
Começava, então, uma rodada de negociações para resolver o inusitado problema. Assis ligou para Levy e, nervoso, disse que levaria as peças.
O vice de finanças, que teve conhecimento da justificativa - “o Flamengo não paga meu irmão, então não vou pagar também” -, precisou entrar em contato com um representante da Olympikus para tentar solucionar o impasse.
Muitos itens da lista do irmão de Ronaldinho, porém, são terceirizados e não da fornecedora. Com isso, o gasto teria que ser quitado pela própria Olympikus, o que foi devidamente vetado pelo alto escalão da empresa.
Após esperar por uma 1h30m, Assis foi à sala de Michel Levy na Gávea e voltou para a loja ao lado do vice de finanças do clube
Durante cerca de 1h30m, Assis esperou na loja por uma solução, já que ouvira de Levy a promessa de que ele deixaria sua sala para ir ao encontro do empresário, que estava no mesmo prédio, apenas alguns andares abaixo. Assis, então, perdeu a paciência, subiu de elevador e, pouco depois, retornou à Fla Concept já na companhia de Levy, que acabou por ceder à pressão.
Assis conseguiu, em parte, cumprir sua missão. Na presença de Levy, vendedores da loja receberam autorização para liberar 25 camisas oficiais, cota que seria destinada ao dirigente, que repassou para o empresário.
Satisfeito, o irmão e empresário de Ronaldinho decidiu, então, desembolsar um dinheirinho e comprar duas toalhas com a imagem do camisa 10. Talvez para tentar amenizar o constrangimento de todos. Cada uma custou R$ 49,90, num total de R$ 99,80. Como se trata de um produto licenciado, futuramente uma quantia voltará para a conta de Assis.
- Ele comprou, mas reclamou na hora de pagar – disse uma pessoa que presenciou a cena.
Ronaldinho Gaúcho no coletivo do Flamengo  (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)Um dia após a discussão, R10 treinou normalmente nesta quarta (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
A notícia logo movimentou os bastidores da Gávea na noite de terça-feira. Um conselheiro que participava da votação do patrocínio para o ombro da camisa no salão nobre do clube ironizou e fez trocadilho com a falta de acerto com o Porcão:
- O Flamengo é a farra do boi. Seria melhor fechar logo com uma churrascaria.
Assis cobra cerca de R$ 5 milhões de atrasados em relação a salários de Ronaldinho Gaúcho. O clube alega que a dívida é de R$ 2,25 milhões. Ambas as partes insistem em dizer que está tudo bem, que o caso será solucionado amigavelmente, mas o futuro do jogador continua incerto e longe de um final feliz.
O capítulo desta terça é mais uma prova disso. Se Ronaldinho Gaúcho protagonizou cenas com Carolina Ferraz em Avenida Brasil no capítulo da novela do último sábado, na Avenida Borges de Medeiros, sede do clube na Lagoa, Assis deu vida a mais um episódio de novela no Flamengo.

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