MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 19 de maio de 2012

Caminhada por bairros do Recife faz reflexão sobre urbanização da cidade


'Olhe Pelo Recife' visita pontos históricos, chamando atenção para eles.
Concentração começa às 8h, neste sábado, na Matriz da Boa Vista.

Gabriela Alcântara Do G1 PE

Organizadores do projeto dizem que o recifense não vê a cidade (Foto: G1 PE)Organizadores do projeto dizem que o recifense não vê a cidade (Foto: G1 PE)
Em um período em que cresce cada vez mais a discussão sobre o projeto urbanístico da cidade, o Observatório do Recife realiza neste sábado (19), a partir das 8h, a 3ª Caminhada Olhe Pelo Recife. O objetivo do passeio é estimular um novo olhar para a capital, visualizando de verdade os pontos turísticos pelos quais recifenses passam todos os dias, mas não prestam atenção.

Guiada pelo arquiteto Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, e cujo livro “Um dia Pelo Recife” inspira o trajeto, a caminhada vai refletir ainda o crescimento e a preservação da cidade. Isso vai acontecer através de uma observação dos lugares que estão sendo bem cuidados e os degradados.
Cunha comenta que o recifense não enxerga a cidade ao seu redor, porque anda sempre motorizado, o que tornou-se uma espécie de círculo vicioso. “A cidade trata mal o pedestre e o ciclista, as calçadas são quebradas, não há ciclovias ou bicicletários. Mas é uma via de mão dupla, as pessoas saíram das ruas. Quem tem a mínima possibilidade de ter um carro ou uma moto não vai querer andar de bicicleta. Mas também não precisa ir de carro à esquina comprar pão. Todos estão dependentes de gasolina e óleo diesel. O motor virou uma mania”.

Ele fala, ainda, sobre a desvalorização do patrimônio histórico: "O Recife é um museu vivo da história de Pernambuco. Quando comecei a andar, isso ficou muito evidente, a cidade é o museu. A questão é que a gente não conhece, e passa como se fosse uma paisagem, principalmente se for de carro. Então, como as pessoas não conhecem a história, os caminhos, não procuram zelar, chamar a atenção do poder público, e a cidade vai se deteriorando”.

O arquiteto acredita, porém, que o problema pode ser sintetizado na falta de planejamento. “Falta pensar o Recife a longo prazo. A cidade quer ir para onde, quer fazer o que? Faz 30 anos que não se pensa nisso. Movimentos como o Ocupe Estelita são interessantes, mas o que fazer ali? A cidade precisa de que ali? Quando não se sabe responder essa pergunta, vale tudo, pode-se fazer tudo. Recife é a cidade provisória, tudo é possível, porque ninguém sabe do que ela precisa”.

Para aqueles que quiserem pensar e conhecer o Recife durante um dia, a concentração do passeio acontece em frente à Igreja Matriz da Boa Vista, que fica no fim da Rua da Imperatriz, no Centro. De lá, a caminhada segue pela Rua da Conceição até o Pátio de Santa Cruz. Serão visitados ainda a Rua Barão de São Borja, o Colégio Salesiano, a Praça Chora Menino, Avenida Manoel Borba, Rua das Fronteiras, Rua Henrique Dias, Rua Dom Bosco e a Praça do Derby.

O “Olhe pelo Recife” é um evento público e gratuito.Os interessados em adquirir a camisa da caminhada podeM entrar em contato com o Observatório através do telefone (81) 9697-0546, ou pelo e-mail contato@observatoriodorecife.org.br. Não é necessário comprar a camisa para participar do movimento.

Serviço
3ª Caminhada Olhe pelo Recife
Sábado (19), a partir das 8h
Concentração em frente à Igreja Matriz da Boa Vista, na Rua da Imperatriz

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