MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Com queda da Selic, poupança tem menor ganho da história, diz Anefac


Desde 1861, rendimento nunca havia sido menor de 6% ao ano.
Juros de 8,5% ao ano, fixados pelo Copom, acionam 'gatilho' da poupança.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília


Como corte dos juros básicos da economia brasileira de 9% para 8,5% ao ano, autorizado nesta quarta-feira (30) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a caderneta de poupança passa a render, para as aplicações feitas de 4 de maio em diante, menos de 6% ao ano pela primeira vez na história, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac.
Desde 1861, quando a caderneta foi criada, este foi o piso de rendimento da mais tradicional modalidade de investimentos do país. "A TR está próxima de zero. Se fosse hoje, com a Selic a 8,5% ao ano, a nova poupança já renderia menos de 6% ao ano. Como a regra mudou, a poupança vai render menos de 6% ao ano quando os juros atingirem 8,5% ao ano", disse Miguel Ribeiro, diretor-executivo de Estudos Econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), ao G1 antes da decisão.
Isso porque, pelas novas regras definidas pelo governo federal, o rendimento da poupança passa a ser atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial. Esse novo formato de rendimento da poupança é aplicado, porém, somente quando a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, atingir justamente 8,5% ao ano (ou menos) – o chamado "gatilho" para a mudança. Pela regra anterior, que vigorava desde 1991, a poupança não podia render menos de 6,17% ao ano, mais TR.
Poupança 29.05 (Foto: Editoria de Arte/G1)
As novas regras para a caderneta de poupança, que representam perda de rendimento, não desestimularam os investidores. Muito pelo contrário. Números divulgados do BC mostram que a captação da "nova" poupança, que registra as aplicações feitas de 4 de maio em diante, mais do que dobrou em comparação com os primeiros meses deste ano. 
Sem 'obstáculos' para o corte de juros
Na última semana, durante audiência pública no Congresso Nacional, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as alterações no rendimento da poupança foram necessárias para continuar reduzindo os juros básicos da economia brasileira. Ele já havia negado semelhanças com o confisco da poupança, em 1990, promovido pelo governo do presidente Fernando Collor de Mello.
"Não podemos ter nenhum obstáculo, ou empecilho para que os juros continem caindo. A regra anterior da poupança se constituía neste obstáculo", afirmou Mantega, lembrando que, pelas regras antigas, a poupança começaria a "concorrer" com os fundos de renda fixa se os juros continuassem caindo - prejudicando a rolagem da dívida pública (emissão de títulos pelo Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo).
Poupança ainda é vantajosa
Estudo da Associação Nacional de Executivo de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) informa que, mesmo com a alteração das normas, que baixará o rendimento da poupança em caso de queda na taxa Selic para 8,5% ao ano ou menos, a modalidade continuará se destacando frente aos fundos de renda fixa por não ser taxada com Imposto de Renda e não ter taxa de administração.
"Quanto à rentabilidade das novas poupanças, mesmo com as alterações feitas, que vão provocar uma redução em sua rentabilidade se comparadas às contas antigas, mesmo assim elas vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa, pelo fato de que não pagam Imposto de Renda nem taxas de administração. Este fato deverá provocar reduções nos custos das taxas de administração dos bancos para não perderem clientes", avaliou a associação.
Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Fractal mostra que a "falta de conhecimento financeiro" do brasileiro gera "insegurança ao fazer aplicações". Dessa forma, acrescenta o estudo, a tradicional caderneta de poupança lidera a escolha no momento de investir. Aplicações em fundos de renda fixa e ações na bolsa de valores, de acordo com o documento, não são "tão atraentes" para quase metade dos investidores.
“Para ter uma ideia, somente 0,3% dos entrevistados afirmam que investem em fundo de ações, por exemplo”, avaliou Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário