MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de maio de 2012

Desmate evitado em cidade de MT que deixou 'lista suja' soma 193 mil ha


Alta Floresta deixou lista de maiores desmatadores do Brasil.
Pecuária melhorou utilização de áreas e evitou abertura de terras.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Pasto cederá espaço para lavouras em MT (Foto: Leandro J. Nascimento / G1)Pasto ganhou mais aproveitamento em Alta Floresta
(Foto: Leandro J. Nascimento / G1)
Investimentos e utilização de tecnologias para estimular a produção e melhoramento do gado contribuíram para reduzir o desmatamento do bioma amazônico em Alta Floresta, município 800 quilômetros de Cuiabá. Até o ano de 2011 o chamado 'desmatamento evitado' atingiu 193,1 mil hectares, demonstrou um estudo elabarado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em dados da Acrimat, Indea e IBGE. Na prática, passou-se a criar um número maior de animais sem que para isso fossem necessárias novas aberturas de áreas.

O município figurava como um dos maiores desmatadores da floresta e havia sido incluso pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) na lista das cidades prioritárias para se desenvolverem ações de controle e combate à devastação da floresta. Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso destaca que a pecuária cresceu de forma sustentável e sem agredir ao meio ambiente.

"O produtor investiu em tecnologia, em manejo e melhoramento de pastagem e conseguiu produzir mais em menos e essa é uma produção sustentável, pois o interesse do produtor é preservar a terra para continuar produzindo", defendeu o dirigente.

Para Vacari, os números ajudam a entender a dinâmica da pecuária no município. Em 2011, os pecuaristas utilizaram uma área equivalente a 432 mil hectares para produzirem 838,9 mil animais. Mas pelas contas da associação, sem a adoção de tecnologias na atividade o setor necessataria de 625,2 mil hectares para criar o mesmo plantel.

Nos últimos 15 anos, enquanto a área de pastagem cresceu 37% o rebanho bovino evoluiu 98%. Na prática, passou de 423,1 mil animais para mais de 838 mil, demonstrou a Acrismat.
Por outro lado, a ausência de regras claras para a regularização fundiária e ambiental nas propriedades rurais ainda é apontada como entrave para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, aponta Vacari.

Alta floresta MT (Foto: Ericksen Vital/G1)Alta floresta figurou na lista das maiores desmatado-
ras do Brasil (Foto: Ericksen Vital/G1)
“O produtor precisa de leis que estabeleçam regras claras, de assistência técnica rural e principalmente linhas de crédito compatíveis com a atividade, para assim consolidar o processo de melhoria contínua nas propriedades rurais de Mato Grosso”, acrescentou o Luciano Vacari.

Os estudos apresentados pela entidade em Alta Floresta, durante o seminário 'Estratégias e Projetos para um Município Verde' mostraram ainda que a taxa de lotação - o total de animais criados por hectare - cresceu 45% entre 1997 e 2011. Ou seja, de 1,34 cabeças por hectare passou-se a criar 1,94.
Microrregião
Ao se avaliar o desempenho da pecuária na microrregião de Alta Floresta, formada pelos municípios de Alta Floresta, Carlinda, Colíder, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita e Novo Mundo, juntos detêm uma área que ultrapassa 2,7 milhões de hectares e representam cerca de 3% da área total de Mato Grosso.
A microrregião possui 1,36 milhão de hectare de pastagem e concentra, sendo a 9ª maior área de pastagem do estado, ocupando 50% da área de seus municípios.
A atividade predominante na localidade é a recria e engorda, indicou o Anuário da Bovinocultura, criado pelo Imea.

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