Dia das Mães também revela boa relação entre madrastas e enteados

G1 conta histórias da empatia entre madrastas, enteados e mães.
Eles relatam que o respeito mútuo faz a diferença na relação.

Tiago Melo Do G1 AM

Priscila em momento de descontração com Roseane
e Verônica (lado direito) (Foto: Arquivo Pessoal)

Para aqueles que acreditam que madrasta é sinônimo de mulher má, engana-se. A palavra madrasta derivou do latim, matrastra, que significa mulher do pai, e mater, que significa mãe, ou seja, mulher que se casou com um homem e assumiu os filhos como seus, que os tomou para si e que assume, em parte, a figura da mãe na ausência dela.

Neste especial Dia das Mães, o G1 conversou com duas madrastas que são verdadeiras mães para os enteados.

Diferentemente da Rainha Má, do clássico conto de fadas originário da tradição oral alemã, 'A Branca de Neve', compilada mais tarde pelos irmãos Grimm, entre os anos de 1812 e 1822, Roseane Verçosa, fisioterapeuta, de 31 anos, é como uma mãe e amiga para a enteada Priscila Amato de Verçosa, de 21 anos.

“Meu relacionamento com a minha madrasta é quase como meu relacionamento com a minha mãe. Nós não temos uma relação apenas de mãe-filha, nós somos verdadeiras amigas, que saem para fazer coisas juntas e adoram passar horas conversando sobre coisas aleatórias”, contou Priscila. "O Dia das Mães é comemorado também com ela", disse.

Para Roseane, a boa convivência se deve principalmente ao respeito que uma nutre pela outra. “Acredito que a maior dificuldade dos relacionamentos entre pais e filhos se dá por conta da falta de respeito. É necessário respeito mútuo, além de muito amor”, explicou Roseane.

Acredito que a maior dificuldade dos relacionamentos entre pais e filhos se dá por conta da falta de respeito. É necessário respeito mútuo, além de muito amor"

Roseane Verçosa

Quem aprova o relacionamento das duas é a mãe de Priscila e melhor amiga de Roseane, Verônica Amato, 46 anos, estudante de Letras. Ela fala um pouco sobre como é a dinâmica das três. “Minha amizade com Roseane começou há cerca de dez anos, foi quando percebi que minha filha não tinha uma madrasta e sim uma segunda mãe. Ela trata minha filha tão bem que seria impossível não gostar dela, tudo que as mães querem é que seus filhos sejam bem tratados, logo comigo aconteceu isso”, disse Verônica.

Roseane completa e afirma que o bom relacionamento se deve a Priscila. “Nossa amizade se deve a ela, que é o nosso laço em comum. Nosso relacionamento sempre foi excelente e sempre cuidei da melhor maneira possível da Priscila e a Verônica sempre reconheceu a minha dedicação com sua filha e por isso ganhei sua admiração”.

Além de mãe, Verônica Amato também é madrasta. “Tenho três enteados, mas somente um mora comigo”. César Stem tem 18 anos e desde os 9 que tem Verônica como sua ‘boadrasta’. “Ela respeita meu espaço, está sempre disposta a me ajudar com meus problemas e faz comida boa, apesar dos surtos que tem de vez em quando”, contou César.

Quando questionada se há diferença entre o amor de mãe e o amor de madrasta, Verônica afirma que “[eu] estaria mentindo se dissesse que não, claro que existe, até mesmo porque quando você é mãe, é mais fácil de brigar e de fazer as pazes depois. Amo muito minha filha e meu enteado também, mas de formas diferentes”.

Para finalizar, Roseane e Verônica, dão uma dica às madrastas que querem ser verdadeiras mães para os enteados, mas não sabem como. “Primeiramente, que deixem de lado as diferenças, afinal os filhos são fruto de um relacionamento que em algum momento foi maravilhoso e por isso merecem ser tratados com todo amor e afeto possível. Procurem olhar com amor, colocando sempre o sentimento a frente de qualquer dificuldade”, afirmou Roseane.

Verônica completa, “é preciso paciência no início, afinal, trocar de ‘mãe’ não é nada fácil. Posso dizer, também, que as madrastas não devem tentar ocupar o lugar da mãe, pois as ‘boadrastas’ terão seu próprio espaço se souberem conquistá-lo”.