Empresários de Uberlândia contam que deixaram profissões para inovar.
As franquias estão entre as preferidas de quem quer abrir um novo negócio.
Adélio administra a franquia de um restaurante
desde 2009 (Foto: Reprodução)
Em Uberlândia, o desejo de ter uma remuneração melhor e mais qualidade de vida tem feito com que pessoas qualificadas troquem as profissões por ofícios completamente diferentes. E na maioria das vezes essas pessoas abrem o próprio negócio. Para uma analista de negócios da cidade, além dos benefícios, o plano do governo que facilitou a formalização e a abertura de novos negócios também fez com que a procura aumentasse.desde 2009 (Foto: Reprodução)
O jornalista Adélio Braz Tinoco Junior trabalhou por sete anos como assessor de imprensa de um senador em Brasília (DF). O incentivo para abrir um negócio, segundo ele, vinha do próprio político que era dono de alguns empreendimentos. “Apreendi com ele um pouco de empreendedorismo”, afirmou Adélio.
Disposto a abrir um negócio, ele disse que passou a estudar sobre empreendedorismo e também sobre franquias. “Voltei para Uberlândia em 2007, mas focado em abrir meu negócio. Viajei várias vezes e estudei bastante até escolher o que queria”, disse o jornalista que administra um restaurante em um dos shoppings da cidade desde 2009.
O empreendedor admitiu que trabalha mais, contudo, contou que não voltaria a atuar como jornalista. “Eu me identifico com assessoria de imprensa, mas o trânsito de horários que tenho como empresário me garante uma qualidade de vida melhor. Antes eu ficava 24h a postos para trabalhar. Além disso, ver o cliente satisfeito e ter uma remuneração satisfatória é bem melhor”, garantiu.
Fernando largou a carreira de executivo para abrir
uma franquia (Foto: Felipe Santos/G1)
Formado em administração de empresas, Fernando Stroppa Moreira trabalhou por 21 anos na área comercial. O último emprego foi como executivo de vendas. Segundo ele, o empurrão para abrir o próprio negócio foi uma reestruturação da empresa que fez o desligamento de 95% dos executivos contratados no Brasil. “Consegui uma recolocação em Belo Horizonte, mas não queria sair de Uberlândia. Como o nível de remuneração era mais baixo na cidade, optei por abrir meu empreendimento”, revelou.uma franquia (Foto: Felipe Santos/G1)
A opção de Moreira também foi uma franquia, mas de uma clínica de estética de eliminação de pelos. Apesar de o empreendimento ter sido inaugurado em fevereiro deste ano, o empresário confirmou que os resultados já são suficientes para que ele possa continuar investindo e não cogita voltar a trabalhar como executivo. “Só se fosse algo diferenciado e especial para voltar a trabalhar na área anterior. Nas conjunturas normais não vejo esta possibilidade”, concluiu.
A experiência e o conhecimento do negócio somadas à identificação com a atividade são importantes para quem quer prosperar com algum empreendimento, afirmou a analista de negócios do Sebrae, Fabiana Queiroz Romaniello. No entanto, ela recomenda que o empreendimento deve ser feito pela oportunidade e não pela necessidade. “Se a pessoa vai a uma clínica de estética e percebe uma oportunidade, ela deve investir e fazer melhor para suprir o mercado”, explicou.
Franquias
De acordo com a analista de negócios, a maioria das pessoas que procura orientações para abrir o próprio negócio tem preferência pelas franquias. “Elas pegam modelos pré-estabelecidos e escolhem uma franquia porque minimiza a chance de algo dar errado. E o mercado já tem uma tipologia”, afirmou Romaniello.
Com tantas facilidades, Fabiana alertou para que o empreendedor tenha cuidado com o plano de negócio oferecido pela empresa, pois, segundo ela, pode ser tendencioso. “Eles querem aumentar a quantidade de franquias e o plano de negócio induz a pessoa a avaliar somente os fatores positivos”, salientou.
Empreendedor individual
A analista de negócios afirmou que o programa do governo criado há dois anos e meio - que regulariza e incentiva a criação de novos negócios – é outro fator que contribuiu para o aparecimento de pessoas interessadas em novos negócios. Neste período, segundo o Portal do Empreendedor, 9.852 novos negócios foram criados em Uberlândia.
Diante do grande crescimento de novas empresas, ela orientou que os empreendedores levantem informações de clientes, fornecedores e da concorrência direta e indireta na hora de investir. “A gente pede que os estabelecimentos não façam contato com o mesmo fornecedor, mas tenham produto diferenciado para atender aos clientes cada vez mais exigentes. Além disso, o empreendedor deve resgatar a boa postura, ter um bom atendimento e uma venda praticamente personalizada”, concluiu.
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