MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Fraude em MT rendeu R$ 2,3 milhões a pedreiro e doméstica, diz delegada


Quinze suspeitos foram presos e outros 23 são considerados foragidos.
Maioria dos suspeitos atuava como “laranja” de fraudadores, aponta polícia.

Ericksen Vital Do G1 MT

Um pedreiro e uma empregada doméstica receberam juntos mais de R$ 2,3 milhões desviados da Conta Única do Estado de Mato Grosso entre 2007 e 2011. O montante milionário é um dos valores detectados durante a Operação Vespeiro deflagrada nesta quinta-feira (3), em Cuiabá, pela Delegacia Fazendária. No entanto, eles recebiam quantias mínimas e presentes para que cedessem suas contas aos fraudadores. “Pouco coisa era repassada pelos fraudadores para os laranjas”, declarou a delegada Cleibi Aparecida de Paula, que já começou a ouvir os suspeitos.
Quinze pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema fraudulento e outras 23 tiveram prisões decretadas pela Justiça e são consideradas foragidas. Entre os presos temporariamente estão dois servidores da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), uma servidora da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e 12 pessoas que tiveram as contas correntes “contratadas” pelos fraudadores.

Cleibi de Paula informou, durante coletiva à imprensa, que a polícia deve ouvir ainda nesta semana os depoimentos dos suspeitos e começar a analisar os documentos apreendidos na operação. Um levantamento feito pela Auditoria Geral do Estado (AGE), a pedido do governador Silval Barbosa (PMDB), apontou um desvio de R$ 12,9 milhões. O montante teria sido desviado por 32 suspeitos, entre eles servidores públicos. Mas os delegados da polícia já apontam que o desvio pode chegar a R$ 18 milhões.
A delegada Cleibi de Paula afirmou também que o pedreiro teve depositado em sua conta corrente R$ 1,284 milhão em um período de quatro anos e a doméstica teria recebido R$ 1,125 milhão. Ela explicou, porém, que eles não recebiam quase nada deste valores. Os "laranjas" chegaram a ser agraciados com calças e até botijão de gás. A delegada explicou que os dois suspeitos faziam parte de um grupo que teria sido arregimentado por um contador, que era irmão de uma servidora da Sefaz, tida como uma das líderes do esquema criminoso. Ela era a coordenadora da Conta Única do estado e encontra-se foragida. A suspeita a e mais quatro servidores já foi afastados dos respectivos cargos que ocupavam.
Os "laranjas", como o pedreiro e a doméstica, eram atraídos para o esquema com promessas, conforme a delegada. Os fraudadores chagaram a prometer para eles até residências que seriam obtidas por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Para o governo do estado, os suspeitos relataram que os recursos foram desviados da Conta Única alegando que seriam repassados para pessoas que trabalharam no último concurso do estado. No entanto, a informação era falsa, conforme a polícia.
Segundo a delegada, a polícia identificou que, dos 38 suspeitos, ao menos sete eram funcionários públicos e o restante tratava-se de "laranjas". Eles devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, crimes contra administração pública, falsidade ideológica e peculato. Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da Vara Especializada de Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública da Comarca de Cuiabá, José Arimatéia.

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