MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de maio de 2012

Hollande levará França a novo rumo econômico, dizem especialistas


Futuro presidente defende crescimento econômico e menos austeridade.
Maior desafio político está em manter boas relações com a Alemanha.

Do G1, em São Paulo

A vitória do socialista François Hollande mudará os rumos econômicos da França, segundo Cristina Helena Pinto de Mello, economista da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. “O atual presidente e o futuro governante têm posições muito diferentes para manter o ajuste fiscal. Enquanto Nicolas Sarkozy segue um plano mais recessivo, cortando gastos do governo e levando a austeridade fiscal a níveis elevados, o futuro governante defende, principalmente, uma tributação maior dos ricos”.
Para a economista, a promessa de uma política mais expansionista é que deu a vitória a Hollande. Cristina Helena relembra a postura de Nicholas Brady, secretário do tesouro norte-americano nas eras Reagan e Bush (pai), que defendia que se os países sul-americanos deviam pagar suas dívidas externas, eles deveriam ser ajudados para cumprir tal objetivo. “Medidas recessivas não colaboram com a resolução da crise econômica”, compara a economista.
O triunfo de Hollande, no entanto, é visto com surpresa. “Estive na França no começo do ano e senti falta de ouvir um discurso de crescimento econômico por parte de Sarkozy. A austeridade é necessária, mas com agenda positiva, de crescimento”, avalia. Por outro lado, a economista alerta para os desafios que o futuro presidente da França enfrentará: “Meu temor é em relação à possibilidade de ele não implementar seu plano. Ele deverá aumentar a carga tributária e impor políticas de crescimento econômico e distribuição de renda sem comprometer a evolução do déficit da dívida”.
Desafios políticos
Hollande também terá desafios políticos. Para Antonio Carlos Alves dos Santos, Coordenador do curso de Economia Internacional da PUC-SP, seu primeiro grande desafio será obter maioria parlamentar nas eleições legislativas de 10 e 17 de junho (que indicam quem será o primeiro-ministro).
“Seu segundo desafio será unificar a França, convencendo aqueles que votaram em Sarkozy que ele também é um bom presidente.Externamente, Hollande deve se concentrar em renegociar a parceira com a Alemanha e manter boas relações com Angela Merkel, que defende as mesmas posições austeras de Sarkozy, seu aliado agora derrotado. Sem os dois países em comunhão, não há União Europeia”, explica Santos, que vê a Alemanha enfraquecida após as eleições francesas.
Cristina Helena acrescenta que a vitória de Hollande acirra a polarização dentro da Europa: ao lado da França, os países do Eixo Sul, que defendem medidas expansionistas; e alinhados à Alemanha as nações não afetadas pela crise europeia.
Os dois economistas concordam que a vitória do socialista foi uma mudança de rumo importante. “Equacionar austeridade fiscal e crescimento econômico é o que não só os cidadãos da França esperam, mas também o que os cidadão europeus de modo geral desejam”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário