MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Índios de MT protestam com arco e flecha em delegacia contra 4 prisões


Segundo delegado, indígenas foram presos com porte ilegal de arma.
Policiais de cidades vizinhas foram chamados para aumentar segurança.

Pollyana Araújo Do G1 MT
Cerca de 30 índios da etnia Kayapó protestam contra a prisão de quatro indígenas na frente da Delegacia de Polícia Civil de Peixoto de Azevedo, a 692 quilômetros de Cuiabá, nesta quinta-feira (10). O delegado do município, Geraldo Gezoni Filho, disse que os manifestantes estão armados com arco e flecha e cobram a soltura dos índios que foram detidos por porte ilegal de arma de fogo. A delegacia está trancada.

O delegado explicou ao G1 que há alguns dias a família de indígenas invadiu uma fazenda a qual a Justiça Estadual já concedeu direito de posse ao proprietário da área. Desse modo, a Polícia Militar foi até o local para retirá-los da propriedade rural e foi recebida com ameaças. "Os policiais militares foram recebidos pelos indígenas com armas em punho, mas depois eles se renderam", frisou Gezoni.
Em seguida, os suspeitos, sendo duas mulheres e dois homens, foram conduzidos até a delegacia, onde foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Foi arbitrada fiança de R$ 2.488,00, conforme prevê a lei, porém, eles alegaram que não têm dinheiro para recolher o valor, como explicou o delegado.
Enquanto isso, eles aguardam uma decisão judicial para deixar a prisão sem pagar fiança. "Todo o procedimento foi encaminhado para a Comarca de Peixoto de Azevedo que irá analisar a possibilidade de conceder a liberdade provisória", pontuou o delegado. De acordo com ele, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) da região estiveram na delegacia e questionaram o fato de a Justiça comum atuar em questão envolvendo indígenas.
No entanto, segundo ele, a Justiça Federal só atuaria no caso se envolvesse interesse da União ou se fosse violado o direito de toda uma comunidade indígena. "Nesse caso, diz respeito a interesses isolados", acrescentou.
Para conter os ânimos dos manifestantes, foi solicitada ajuda das polícias Civil e Militar de Guarantã do Norte e Matupá, localizados a 721 e 696 quilômetros da capital, respectivamente.

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