MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Município de Anagé, na Bahia, está sem chuva há dois anos


Cidade já decretou estado de calamidade pública há cerca de três meses.
Seca já afetou mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o estado.

Do G1 BA, com informações da TV Sudoeste

Na cidade de Anagé, na região sudoeste, não chove há dois anos e o município já decretou estado de calamidade. O cenário no município é desolador. As braúnas consumidas pela forte seca e pelo calor da região perderam as folhas. No leito seco de um riacho, os urubus se alimentam. Nas lavouras, plantações inteiras foram perdidas. O pasto perdeu cor, tamanho e está seco.
A seca que atinge a Bahia já é considerada a pior dos últimos quarenta e sete anos. Duzentos e vinte e oito municípios do estado decretaram situação de emergência e 209 desses decretos foram homologados pelo governo estadual.
Mais de 2,5 milhões pessoas estão sendo afetadas pela falta de chuva. A situação é tão dramática que agricultores estão perdendo as produções, e muitas famílias estão sem água nem para beber e sem recursos para sobreviver no campo.
Há quase dois anos Anagé está em estado de emergência, mas a cerca de três meses foi decretado estado de calamidade pública na cidade. Na área urbana são menos de 5 mil pessoas, mas na zona rural mais de 20 mil moradores sofrem os reflexos da estiagem.
Em lugares onde a água tratada e encanada não chega, como no povoado de Terra de Mandioca, localizado a cerca de 25 km de Anagé, a única alternativa dos moradores para conseguir água era recorrer a fontes naturais como açudes e lagoas, mas esse ano, nem isso foi o suficiente. A lagoa de dentro, que há 46 anos não secava, hoje é apenas uma poça de lama.
Sem água, o rebanho do senhor Marinalvo está perdendo peso. O pedido de socorro pode ser entendido no instinto dos animais, eles buscam a sombra de uma das poucas árvores ainda com folhas. O pecuarista já imagina o que terá que fazer para conseguir matar a sede dos animais quando a água acabar de vez no local. “A gente vai ter que sair daqui e ir para Terra de Mandioca, são uns 3 km daqui até, e quando secar lá também a gente tem que partir para o Rio do Gavião que é a uns 10 km”, afirma.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anagé, 90% das lavouras de agricultura familiar estão totalmente perdidas pela falta de chuvas. “Em 2009 choveu pouco, em 2010 choveu menos ainda, e me 2011 piorou a situação”, diz Claudionor Santos, secretário do sindicato.
Dona Altamira Rosa, perdeu 100% da plantação de milho e agora observa com tristeza para o que restou da plantação de feijão. “Esse ano deu um saco e meio de feijão”, diz.
A saída para muitas pessoas atingidas pela seca, é deixar os locais e só voltar, quando a situação melhorar. “Normalmente, as pessoas saem para trabalhar em outras regiões, como Franca, no interior de São Paulo, em maio e abril, e só retornam no período da chuva, em agosto, outubro”, afirma o agricultor Luís Cláudio Santos.

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