Outras sete cidades cancelam festejos juninos por causa da seca, diz UPB

Nesta terça-feira (8), prefeituras se reuniram para definir estratégias.
Alguns municípios também reduziram dias da festa.

Do G1 BA

No total, 12 cidades já cancelaram festa
(Foto: Reprodução/ TV Bahia)

Outros sete municípios baianos cancelaram os festejos juninos em 2012 por conta da seca que atinge o estado, segundo informações do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano, que também é prefeito de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Nesta terça-feira (8), a UPB realizou uma reunião com vários prefeitos de cidades baianas em Feira de Santana, município localizado a cerca de 100 km de Salvador.
"A reunião foi feita para definir estratégias para abastecer as populações atingidas [pela seca] com água e alimentos. Vamos pedir ajuda também ao Governo Federal. Alguns prefeitos anunciaram a o cancelamento dos festejos juninos e a redução de dias da festa", afirmou Luiz Caetano.
Segundo ele, além dos municípios de Muquém do São Francisco, no médio São Francisco, Várzea Nova, Tapiramutá, Filadélfia e Miguel Calmon, situados no norte do estado, que já haviam cancelado os festejos, também entraram na lista as cidades de Barroca, Tucano, Nova Fátima, Caem, Mundo Novo, Serrolândia e Mirantes. Os municípios de Mortugaba, Irecê, Laranjeiras e Senhor do Bonfim reduziram os dias de festa devido a estiagem, informou Luiz Caetano.
Em Miguel Calmon, a prefeitura declarou que as verbas que seriam destinadas às comemorações serão revertidas para o combate à estiagem na região. No sudoeste do estado, os municípios de Macaúbas e Maracás reduziram as comemorações de cinco para três dias. Em Anagé, a festa foi reduzida de oito para cinco dias. Em Jaguarari, no norte, houve redução de quatro para três dias e a prefeitura informou que a grade de atrações deve ser reformulada com atrações "mais baratas".
Alguns municípios com grandes festejos, como Amargosa e Cruz das Almas estão com as festas mantidas, segundo as últimas informações divulgadas na sexta-feira (4). Em Senhor do Bonfim, no centro-norte da Bahia, os festejos, que normalmente são feitos em cinco dias, serão realizados em três dias. O município de Paulo Afonso, também no norte, ainda mantém a festa, mas reprogramou a grade de atrações para reduzir os custos.
Estado de Emergência
Entre janeiro e abril deste ano, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), registrou um aumento de 272% nos decretos de emergência no Nordeste do Brasil, um número que subiu de 112 em 2011, para 417 este ano, o maior registro dos últimos cinco anos. Na Bahia, o número de cidades que decretaram estado de emergência chega a 228.
Somente em Feira de Santana, oito distritos estão  em situação de emergência desde o ano passado. A última chuva forte da cidade foi em novembro de 2011.
Governo
O Governador Jaques Wagner disse que esteve em Brasília levantando verbas para ajudar na resolução do problema da seca na Bahia. “Primeiro vamos tratar da instalação de poços. Existem poços perfurados ainda não instalados. Também temos o programa de dessalinização, que foram liberados seis milhões", diz.

O governador também garantiu obras em adutoras. “Nós temos investimento de R$ 400 milhões em quatro adutoras. Ainda em 2012 a maioria deve estar pronta”, afirma.
Na quinta-feira (3), o governador e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assinaram convênios para a liberação de recursos, que fazem parte do programa Água para Todos, do Governo Federal. A Bahia terá mais R$ 50,9 milhões para medidas de enfrentamento aos efeitos da seca.

Comparação da seca na Bahia em 1965 e em 2012 (Foto: Divulgação/Comite da Seca na Bahia)