Fazendas em Corumbá e Porto Murtinho foram ocupadas, dizem produtores.
Índios pedem julgamento de ação que tramita há 25 anos, diz Funai
A PF confirmou a ocupação e a expulsão de donos e funcionários. Segundo a Funai, quatro fazendas foram ocupadas pelos kadiwéu.
Proprietária da fazenda Santa Márcia, que tem 6 mil hectares, Nilda Coelho Pereira relatou que os indígenas chegaram armados ao local, no domingo, e expulsaram todos os que estavam na propriedade. “Eles prenderam o capataz, retiraram todas as coisas da casa e deixaram no campo de pouso. Depois, expulsaram todo mundo”, contou a proprietária rural.
Ainda nesta segunda-feira (7), um advogado da fazendeira deve entrar com pedido de reintegração de posse da área. Nilda disse ainda que outras seis propriedades da região estão ocupadas pelos indígenas.
No domingo (6), uma equipe da Polícia Federal foi enviada à área para fazer um levantamento prévio da situação. O delegado Alexandre do Nascimento, da PF de Corumbá, confirmou a expulsão na Santa Márcia, mas afirmou que não houve violência durante a ocupação e que ninguém foi mantido refém. O delegado informou ainda que vai aguardar decisão judicial para cumprir a reintegração de posse.
Segundo a Funai, os kadiwéu ocupam propriedades na região desde 27 de abril, mas a briga judicial entre indígenas e fazendeiros dura desde abril de 1987. A ação foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) por produtores e definirá posse definitiva das áreas.
O coordenador regional do órgão, Edson Fagundes, disse que as ações foram motivadas pela decisão recente do Supremo, que reconheceu o direito dos índios pataxó na disputa por terras no sul da Bahia.
Segundo a Funai, a reserva indígena dos kadiwéu tem 538 mil hectares e abrange áreas que estão nos municípios de Corumbá, Porto Murtinho, Bonito e Bodoquena. As áreas ocupadas, de acordo com a Funai, estão dentro da área legal da reserva.
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