MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 12 de maio de 2012

Senadores atacam tentativa de convocação de Roberto Gurgel


Folha Vitória
Agência Estado
Redação Folha Vitória
Brasília - A possibilidade de convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para depor na CPI do caso Cachoeira, foi duramente atacada por senadores da oposição e da base aliada. Em um plenário quase vazio, como é comum nas sextas-feiras, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Pedro Simon (PMDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) criticaram o PT por tentar forçar a convocação do procurador e acusaram o partido de tentar desviar o foco da CPI.

"Trata-se de uma manobra para desviar as atenções do foco principal da CPI e em relação ao julgamento do Mensalão, que se aproxima", disse Nunes. O tucano defendeu as razões para Gurgel não ter aberto processo contra o senador Demóstenes Torres (sem-partido-GO), e os deputados Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), envolvidos com o esquema de corrupção montado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

De acordo com o senador, não havia elementos suficientes para denunciar os envolvidos naquele momento, mas Gurgel não teria arquivado a investigação, e sim esperado para obter mais informações. "Se ele fizesse isso levantaria a lebre. Prudentemente, o procurador-geral da República evitou tomar essa providência. E foi graças a isso que os comparsas de Carlos Cachoeira continuaram suas conversas, o que permitiu o resultado obtido", afirmou.

Pedro Simon chegou acusar o PT de má-fé por tentar levar para a CPI a investigação do que ele chamou de "inércia do procurador". " Parece piada, mas é a verdade. Transformar a CPI do Cachoeira na CPI do procurador-geral é algo que não pode ser levado a sério", lembrando que um dos antecessores de Gurgel, Geraldo Brindeiro - procurador-geral entre 1995 e 2003 - chegou a ser apelidado de "engavetador-geral da República", mas nem por isso o PT tentou investigá-lo. "O PT poderia tomar uma providência no âmbito do próprio Ministério Público e deixar a CPI seguir seu caminho", declarou.

Rodrigo Rollemberg afirmou que é "um erro grave a CPI querer lançar suspeitas sobre a atuação do Procurador". "O Procurador deve ter autonomia. É importante registrar que o procurador indicado pela presidente da República foi sabatinado e aprovado pelo Senado Federal, que demonstrou, ao aprovar, confiança no seu trabalho", disse o senador. "Mas ele deve ter autonomia para, tendo conhecimento minucioso e profundo dos elementos da investigação, identificar, definir qual o melhor momento para propor a ação e se deve propor a ação".

No entanto, o presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que a comissão deve votar na próxima quinta-feira, 17, um pedido para se convocar para depor o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Deputados e senadores do PT e o senador Fernando Collor (PTB-AL) defendem a ida de Gurgel à comissão.

Gurgel já sinalizou que não pretende ir à CPI caso seja convocado. Ele pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ser desobrigado a ir à comissão. O argumento é o de que estaria impedido legalmente de depor como testemunha porque é o acusador contra Cachoeira e os parlamentares no STF.

Nenhum comentário:

Postar um comentário