Estudantes saíram da Praça da Piedade em direção à Câmara Municipal.
Grupo formado por cerca de 70 pessoas realizou ato em frente a Câmara.
Alunos protestam contra aumento do transporte e
greve de professores (Foto: Rafaela Ribeiro/ G1)
Um grupo de estudantes iniciou um protesto por volta das 15h desta terça-feira (5) na praça da Piedade, em Salvador, e se reúne em frente à Câmara Municipal. De acordo com informações da Transalvador, durante o percurso até a Câmara Municipal o trânsito ficou bastante lento no local.greve de professores (Foto: Rafaela Ribeiro/ G1)
Os manifestantes ocuparam a via e foram escoltados pela Polícia Militar. A mobilização reuniu cerca de 70 estudantes carregando cartazes e faixas com mensagens em protesto ao acréscimo nas despesas para quem depende do transporte coletivo urbano e pedindo o fim da greve dos professores.
Segundo secretário da pasta na época, José Mattos, o aumento da tarifa foi autorizado porque os rodoviários já tiveram dois reajustes sem que o valor da passagem fosse alterado. O próximo reajuste da tarifa está previsto para dezembro de 2013. Na manhã desta terça-feira, José Mattos deixou o cargo de secretário de transportes do município alegando motivos pessoais.
Em assembleia realizada nesta terça-feira (5) os professores discutiram a nova proposta apresentada pelo governo, mas decidiram manter a greve.
SalvadorCard
Fila no SalvadorCard na tarde de sábado
(Foto: Imagem/TV Bahia)
O sábado (2) foi de fila dando voltas em frente à sede do SalvadorCard, na Av. ACM, região do Iguatemi, em Salvador. Os passageiros usuários do cartão que concede o benefício da meia-passagem no transporte coletivo queriam aproveitar para recarregar o cartão antes do aumento no valor da passagem.(Foto: Imagem/TV Bahia)
Outras mudançasO então secretário José Mattos também anunciou que até 2014 a capital baiana deve contar com a renovação de mil ônibus. Segundo ele, a definição é fruto de um acordo com os empresários do ramo durante as negociações feitas na última semana. Neste mesmo prazo, 70% da frota deve ser adaptada para atender aos passageiros portadores de deficiência.
Os Correios, a Polícia Militar e outros órgãos públicos serão notificados, pois a partir das novas definições, os profissionais dessas entidades passam a pagar passagem.
Reivindicações
O reajuste entrou em pauta depois que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) encaminhou pedido para que o valor das passagens dos ônibus passasse para R$ 3,15, configurando 26% a mais em relação ao valor anterior.
Na quarta-feira (29), ocorreu a primeira reunião entre empresários e representantes da prefeitura, que durou mais de três horas. O encontro ocorreu a portas fechadas e o teor da conversa não foi divulgado para a imprensa.
Os empresários alegam "impacto" na planilha de custo de mão-de-obra por conta do reajuste salarial de 7,5% e de 4,09% nos tíquetes de refeição aos cobradores e motoristas, concedidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) no julgamento dos dissídios coletivos da categoria, que manteve greve por quatro dias.
Ano | Mês | Valor |
---|---|---|
2002 | Maio | R$ 1,10 |
2003 | Janeiro | R$ 1,30 |
2003 | Agosto | R$ 1,50 |
2005 | Outubro | R$ 1,70 |
2007 | Janeiro | R$ 2,00 |
2009 | Janeiro | R$ 2,20 |
2010 | Fevereiro | R$ 2,30 |
2011 | Janeiro | R$ 2,50 |
O Setps alega que a tarifa de R$ 2,50 está defasada há seis meses em relação ao custo real de cada passageiro, estimado em R$ 2,96 até a decisão. O Setps afirma que o último pedido de aumento ocorreu em 2011 e foi negado pela gestão municipal. De acordo com dados passados pelo Setps, de 2002 até 2011, o valor da passagem de ônibus cobrado na capital baiana saiu de R$ 1,10 para R$ 2,50 (confira a tabela acima).
O presidente do Setps, Horácio Brasil, disse ao G1 que a prefeitura tem que decidir se subsidia o reajuste ou se o remete para ser custeado pela população. "Temos saídas. A primeira é o subsídio público, previsto na legislação. A outra é o repasse direto para o usuário. A prefeitura decide", diz. Ele explica que no valor de R$ 3,15 solicitado é embutido, inclusive, gratuidades para idosos e deficientes. "O valor se refere até ao custo dos gratuitos. A prefeitura não subsidia os gratuitos, ninguém arca, a não ser os passageiros. É como se fosse um grande condomínio e um terço não pagasse o valor mensal", disse.
Para Horácio Brasil, a baixa qualidade no serviço oferecido à população é reflexo da falta de infraestrutura municipal. Além disso, aponta o baixo número de vias na cidade. "É impossível, não se pode dar um bom serviço com o nível de engarrafamento que se tem. Não temos como prestar um sistema eficiente e decente se os veículos passam parte do dia em engarrafamentos", avalia. A Secretaria Municipal de Transportes e Infra-Estrutura (Setin) afirma que a pasta tem ciência do pedido, mas ainda está muito cedo para se manifestar sobre o assunto.
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