Três empresas do Paraná foram citadas em denúncias de concursos públicos.
Juntas, elas realizaram processo seletivo em mais de 40 cidades do estado.
Entre as organizações citadas está a RCV Concursos, que fica em Curitiba. Na sede da empresa, ninguém quis falar sobre os concursos com cartas marcadas. Outra empresa mencionada é a Cescar, de Maringá. No escritório - que não possui nenhuma identificação – as portas ficaram fechadas e nenhum funcionário apareceu para trabalhar. E a última empresa do Paraná que apareceu na reportagem foi a DP Consultoria, que funciona em Francisco Beltrão. Ao Fantástico, a dona da empresa explicou como funciona o pagamento de propina para que a pessoa indicada seja aprovada. Porém, nesta segunda-feira ela não apareceu.
O promotor da cidade, Eduardo Monteiro, quer impedir que a empresa participe de novos concursos. “Essa anulação, ela se exige para se preservar, justamente, um dos princípios basilares da Constituição que é a moralidade”, afirmou Monteiro. O promotor quer também a anulação do último concurso realizado em Francisco Beltrão, em maio.
Gislaine Lise foi uma das aprovadas deste concurso. Mesmo assim, concorda com a anulação do concurso. “Se houve fraude, eu acho sim que tem que anular”, afirmou. Ela foi aprovada para o cargo de assistente administrativa.
Juntas a RCV Concursos, a Cescar e a DP Consultoria já realizaram concursos para prefeituras e câmara em mais de 40 municípios do estado.
Diante das denuncias aqueles que pretendem ingressas no serviço público e que dedicam horas do dia ao estudo ficam angustiados. “O tanto de esforço que você está dispendendo aqui todos os dias e saber que isso ainda acontece... Mas a gente não vai desistir por isso. A gente vai continuar que uma hora a gente entra”, declarou a estudante Renata Veit.
Entenda as denúncias que atingem diferentes empresas do país
Segundo a reportagem do programa Fantástico, existe a prática de uma fraude que beneficia parentes e assessores de políticos em concursos públicos, principalmente, os municipais. Em todos os 26 estados do Brasil e no Distrito Federal, os ministérios públicos investigam algum tipo de fraude em concursos públicos.
Na Bahia, por exemplo, foram 36 casos de irregularidades em concursos. Em Mato Grosso do Sul, as questões de um concurso foram copiadas de uma prova feita antes, no Pará. E, no Maranhão, um analfabeto foi aprovado graças ao esquema montado por um secretário municipal, parente dele.
Prefeitos e vereadores contratam uma empresa para organizar a prova e indicam os candidatos que eles querem ver aprovados. Donos da empresa confirmaram irregularidades e também explicaram como elas são articuladas. A reportagem mostrou ainda pagamento de propina, com previsão de imposto.
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