MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Em Assunção, Patriota participa de reunião sobre situação de Lugo


Parlamento decide nesta sexta se cassa mandato do presidente paraguaio.
Ministro brasileiro deve acompanhar votação sobre impeachment.

Do G1, em Brasília, com agências internacionais

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, está reunido na manhã desta sexta-feira (22) na Corte Suprema de Justiça paraguaia, em Assunção, com o embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo dos Santos, e chanceleres de outros países para discutir a situação do presidente Fernando Lugo, que pode ter o mandato cassado.
De acordo com a Embaixada do Brasil no Paraguai, todos devem acompanhar a votação no Senado paraguaio, prevista para esta tarde e que pode levar ao impeachment de Lugo. Na véspera, o Congresso aprovou a abertura de um processo "relâmpago" contra Lugo, sob acusação de mau desempenho das funções e de ser responsável por uma operação policial que terminou com 17 mortos, entre policiais e integrantes de movimentos sociais, na semana passada no interior do país.
A possibilidade de cassação do mandato gerou protestos em Assunção. Lugo informou que vai apresentar uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça do país contra o julgamento político iniciado pelo Congresso para sua destituição, anunciou o secretário-geral da presidência, Miguel López.
Na embaixada do Paraguai no Brasil, representantes informaram que o embaixador Evelio Fernández Arévalos está em viagem e que ninguém na embaixada opina sobre o assunto antes da votação pelo Senado. Não confirmaram se o embaixador foi para Assunção.
ImpeachmentO processo de impeachment ocorreu de forma muito rápida. A votação foi realizada na Câmara na manhã de quinta-feira, e até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. À tarde, o Senado definiu as regras do processo. A votação sobre se o presidente poderá ou não permanecer no poder será realizada às 17h30 desta sexta-feira (horário de Brasília).
No início da tarde, Lugo terá duas horas para fazer sua defesa. Ele havia pedido três dias ao Congresso para se defender, mas o prazo dado foi de 24 horas. O governo é minoria e não possui apoio nas duas casas do Congresso.
O presidente afirmou que não vai renunciar e que vai enfrentar o julgamento político, apesar de considerá-lo inapropriado.
"Estamos aqui para protestar contra esse julgamento do nosso presidente, um representante genuíno do povo", gritava Manuel Martinez, um manifestante que dizia ser um dos coordenadores da manifestação.
Ruas próximas ao Congresso paraguaio são interditadas  (Foto: Amauri Arrais/G1)Ruas próximas ao Congresso paraguaio são interditadas (Foto: Amauri Arrais/G1)
Negociações com Unasul
Durante a madrugada desta sexta-feira, uma comitiva liderada por Patriota chegou a Assunção com diplomatas dos 12 países membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para negociar o caso.
Os ministros viajaram de emergência procedentes do Rio de Janeiro, onde participavam da cúpula do desenvolvimento sustentável Rio+20.
Ao chegar ao Paraguai, a comitiva seguiu do aeroporto de Assunção direto para a residência oficial de Lugo. Além de Patriota, integram o grupo os chanceleres Héctor Timerman (Argentina), Luis Almagro (Uruguai), Alfredo Moreno (Chile), Nicolás Maduro (Venezuela), Rafael Roncagliolo (Peru), Ricardo Patiño (Equador) e María Angela Olguín (Colômbia), além da ministra de Desenvolvimento Rural da Bolívia, Nemesia Achacollo, e o secretário-geral da Unasul, Ali Rodríguez.
Entenda o caso
A origem do pedido de impeachment promovido pela Câmara dos Deputados foi a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado na sexta-feira passada, em Curuguaty, 250 km a nordeste de Assunção, durante a desocupação de uma fazenda.
Diante do risco de conflito, os bispos católicos do Paraguai pediram ao presidente Lugo que renuncie ao cargo "pelo bem do país" e evite atos de violência.
"Falamos com muita sinceridade e franqueza para pedir que ele renuncie ao cargo e acabe com esta tensão", disse o bispo Claudio Giménez, secretário-geral da Conferência Episcopal Paraguaia (CEP), após se encontrar com Lugo, um ex-bispo católico.
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, faz pronunciamento nesta quinta-feira (21) no palácio do governo, em Assunção, sobre o processo de impeachment (Foto: AFP)O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, faz pronunciamento nesta quinta-feira (21) no palácio do governo, em Assunção, sobre o processo de impeachment (Foto: AFP)

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