MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Equador retira seu embaixador do Paraguai


O Equador 'não reconhece o ilegítimo governo de Franco', disse chanceler.
Decisão foi anunciada após cassação do mandato de Lugo na sexta-feira.

Da France Presse
Chanceler equatoriano publicou decisão em seu twitter (Foto: Reprodução)Chanceler equatoriano publicou decisão em seu
twitter (Foto: Reprodução)
O Equador resolveu retirar seu embaixador do Paraguai em oposição à destituição do presidente Fernando Lugo, anunciou neste domingo (24) o chanceler Ricardo Patiño, que reiterou que seu país não reconhece o novo governo de Federico Franco.
"O Equador retira seu embaixador do Paraguai em oposição à destituição do legítimo presidente Fernando Lugo e a instauração do novo regime", disse o chanceler em seu twitter.
Quito "chama seu embaixador no Paraguai, Julio Prado, reiterando que não reconhece o ilegítimo governo de Franco", disse o ministro em outra mensagem.
Patiño afirmou que eventuais sanções como o fechamento de fronteiras com o Paraguai são "responsabilidades do Conselho de Presidentes" da União das Nações Sul-americanas (Unasul), que se reunirá em Lima na próxima quarta-feira (27), segundo havia anunciado previamente o próprio chanceler e o presidente, Rafael Correa.
"Recebemos a convocação do presidente Ollanta Humala porque o Peru deve assumir a presidência da Unasul", afirmou Patiño, citado neste domingo pelo jornal eletrônico da presidência.
"(A destituição de Lugo) é um golpe de Estado disfarçado, é uma vergonha para a América Latina que depois de um processo de consolidação da democracia nos nossos governos, um mandato presidencial termine dessa maneira. Não reconheceremos este governo ilegítimo que instauraram", afirmou o chanceler.
Brasil
O Itamaraty anunciou na noite deste sábado (23), por meio de nota, que convocou o embaixador do Brasil no Paraguai para consultas.
O país também condenou o "rito sumário" de destituição de Lugo.
A presidente Dilma Rousseff fez uma reunião ministerial de emergência para discutir a crise.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deve seguir a posição da Unasul no caso e não descartou sanções.
A cúpula presidencial da Unasul, que analisará a crise no Paraguai após a destituição do presidente Fernando Lugo, será realizada na quarta-feira (27) em Lima, no Peru.
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Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".
Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas ou não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.
O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.
Na sexta-feira, 22 de junho, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.
Em discurso após o impeachment, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado.
Mas, neste domingo, Lugo disse que não reconhece o governo de Federico Franco e que, portanto, não deve aceitar o pedido do novo presidente para ajudá-lo na tarefa de explicar a mudança de governo a países vizinhos.
O presidente deposto também afirmou que vai à reunião do Mercosul marcada para o fim da semana em Mendoza, na Argentina, para a qual o chanceler do novo governo também confirmou presença.

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