MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Manifestantes pedem mudanças no texto em discussão na Rio+20


Documento final deve ser assinado por 94 chefes de Estado.
Conferência termina nesta sexta-feira (22).

Do Globo Rural

Movimentos sociais e entidades ligadas à agropecuária pressionam os chefes de Estado por mudanças no texto em discussão na reunião de cúpula da Rio+20.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que é preciso reconsiderar o modelo capitalista e afirmou que enquanto os países ricos destroem os recursos naturais, as nações pobres se encarregam de cuidar da natureza.
Depois de dizer que esperava um documento final da Rio+20 mais ambicioso, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon mudou o tom do discurso. Em vez de críticas, ele elogiou os negociadores brasileiros e disse que o documento é abrangente e ambicioso.
Fora do Riocentro, índios e representantes de organizações não-governamentais disseram que esta é a hora ideal para receber e deixar mensagens para a população e, principalmente, para os governantes.
Representantes de movimentos sociais ligados à Via Campesina fizeram uma passeata, que acabou em tumulto. Eles tentaram entrar no estande da Confederação Nacional da Agricultura, na zona portuária, mas foram impedidos pela Polícia Militar.
Na praia de Copacabana, houve encenação para falar da quantidade exagerada de agrotóxicos nas lavouras. “Nós esperamos 20 anos por esta conferência e o que estamos vendo é que ela está produzindo um texto fraco e sem metas. Estamos perdendo a oportunidade de realmente definir metas e objetivos para construir uma agricultura sustentável”, diz Celso Marcato, técnico agropecuário.
A falta de compromisso com o financiamento para se alcançar o desenvolvimento sustentável é uma das principais críticas ao texto que está sendo analisado pelos chefes de Estado. A ausência de ações concretas também é criticada pelo setor agropecuário.
“Ações de sustentabilidade num plano de negócios custa dinheiro. Se vamos ter um ônus para produzir os alimentos no Brasil e outros produtos de frente a outros países que não têm lei nenhuma, nós perderemos competitividade”, diz Kátia Abreu, presidente da CNA, Confederação Nacional da Agricultura.
O presidente da Contag, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alberto Broch disse que o grande ganho da conferência é a mobilização social em torno da discussão de sustentabilidade e também fez críticas à falta de metas.
“Eu creio que nós temos um texto que tem questões importantes, mas ele está muito longe de sair de um grande acordo internacional para começar de fato a mudar as questões tão importantes, como fazer frente ao combate à pobreza, fortalecer a agricultura familiar que inclui as pessoas num novo padrão de consumo, num novo padrão tecnológico verdadeiramente sustentável”, disse Broch.

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