Prática se tornou comum em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Novas placas podem ser adquiridas por R$ 70 no país vizinho.
Com câmeras escondidas, vendedores no lado brasileiro da fronteira explicam como a fraude é feita no Paraguai. “É R$ 70 uma placa no Paraguai. Eles têm uma moto batida lá, não vai arrumar ou tá em mecânica lá que eles abandonam... Ele te dá a placa com o documento da moto, você só põe na sua moto”, explica o vendedor brasileiro.
De acordo com o vendedor, a tática para fugir da fiscalização consiste em se passar por estrangeiro, usando carteira de motorista paraguaia. “A polícia parou, você mostra para eles... Só que você não pode andar com documento nenhum brasileiro”, afirma.
No lado paraguaio, a fiscalização também é falha. Um policial admite que cobra propina para esquentar a documentação necessária. “Por R$ 150, eu posso conseguir isso. É a carteira para conduzir, carteira de motorista”, diz o policial. Ele explica que basta preencher um formulário para ter o documento, não é preciso fazer qualquer teste.
Sem seguro obrigatório
Devido a documentação ilegal, o governo não reconhece o direito ao seguro DPVAT para as vítimas de acidentes envolvendo essas motos. Devido a esse problema, Rosângela Nunes, mãe de um garoto que foi atropelado por uma moto ilegal, não pode receber o valor do seguro para ajudar no tratamento do filho, que já precisou passar por duas cirurgias. "Dá uma revolta, porque você paga imposto, paga tudo", conta Rosângela.
De acordo com a polícia do Paraná, não há fiscalização específica para essas motos. Elas só são paradas quando há alguma blitz ou operação especial das políciais rodoviárias.
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