MEDIÇÃO DE TERRA

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terça-feira, 12 de junho de 2012

No Ceará, casal de pacientes renais se apaixona e vence dois transplantes


Pacientes renais, Josiene e Joselito se conheceram durante tratamento.
Namoro dura seis anos e superou transplantes e sessões de hemodiálise.

Gabriela Alves Do G1 CE

Joselito e Josiene estão juntos desde 2006. (Foto: Josiene Tomas/Arquivo Pessoal)Joselito e Josiene estão juntos desde 2006. (Foto:
Josiene Tomas/Arquivo Pessoal)
Faltava pouco para Josiene Tomás fazer hemodiálise quando encontrou o namorado Joselito Dantas. Em um restaurante, no dia 12 de julho de 2006, Josiene reconheceu pelos curativos que Joselito também era um paciente renal e resolveu se aproximar para conversar sobre médicos e clínicas.
Os dois se apaixonaram e enfrentaram juntos, “um cuidando do outro”, as sessões de hemodiálise até o transplante de rim. “Quando tem amor, a vida se torna melhor e mais fácil”, diz Josiene depois de seis anos de namoro com Joselito.
“O Joselito foi um anjo que Deus mandou para minha vida. Tudo começou com uma amizade e se tornou amor. Vi nele um porto seguro”, diz Josiene. Com a experiência de 10 anos de sessões de hemodiálise, Joselito deu dicas das melhores clínicas na cidade e, uma semana depois do primeiro encontro, sugeriu um passeio pela cidade quando aconteceu o primeiro beijo. Os dois passaram a fazer as sessões três vezes por semana no mesmo local.
Quando tem amor, a vida se torna melhor e mais fácil
Josiene Tomás
O casal conta que o começo do namoro foi difícil. Além da diferença de idade entre os dois – na época, ela tinha 19 anos e ele, 37 anos -, a família de Josiene achava que ela precisava de alguém “saudável” do lado dela. “As pessoas perguntavam: como pode dar certo? como um vai cuidar do outro? Eu amo viver e ele também. A vida é boa pra nós dois, apesar de tudo que a gente passou”, conta Josiene.
Vida nova
O casal teve de escolher quem seria o primeiro a ser transplantado. Por causa da saúde mais fragilizada, Josiene foi a primeira, em setembro de 2008, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Joselito lembra o dia que atendeu a ligação do hospital avisando que tinham um doador de rim para ela. “Era um domingo de manhã. Eu não acreditei e me desmanchei de chorar”, diz. Josiene ficou na fila de espera por um órgão por 20 dias.
Os apaixonados conseguiram o transplante de rim e "curtem a vida".  (Foto: Josiene Tomas/Arquivo Pessoal)Hoje, os namorados são transplantados e "curtem
a vida". (Foto: Josiene Tomas/Arquivo Pessoal)
Os momentos ruins de um paciente renal acabavam indo em dobro para os dois, mas as alegrias, segundo Joselito, são insuperáveis. “Eu sempre fui alto astral. O palhaço do hospital. Via todo dia gente morrendo para a vida e não queria ser assim. Nunca reclamei de nada”, diz.
Após ganhar o novo rim, Josiene disse que ameaçou terminar o namoro com o Joselito se ele não fizesse o transplante também. “Ele sempre me deu muita força, mas era medroso. Ele tinha uma doadora viva e estava com medo”. Depois de dois anos e meio do transplante e da recuperação total da namorada, Joselito também fez a cirurgia.
"O transplante é uma loteria. A gente nunca sabe se vai dar certo ou não, se o organismo vai rejeitar o órgão. Graças a Deus, nos dois, (o transplante) deu certo", comemora Josiene. O casal toma remédios para evitar a rejeição e não precisa mais fazer sessões de hemodíalise.“Agora que a gente saiu dessa prisão, a gente tá aproveitando para curtir a vida. A gente adora viajar”, diz o namorado.
No Dia dos Namorados, os dois planejam comemorar a data e antecipar em um mês o aniversário do primeiro encontro. “A única diferença é que temos que tomar mais cuidados com a alimentação. Somos muito regrados. Não podemos comer tudo. O rim não é para sempre”, diz Josiene. Eles também planejam a vida que ganharam juntos. A jovem quer estudar, trabalhar e os dois, “mais lá para a frente”, pensam em adotar uma criança. “Enquanto a gente tiver feliz, a gente vai estar junto”, afirmam os apaixonados.

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