No PR, produtores têm acesso a linha de crédito com juros menores

Incentivo é para práticas agrícolas que prejudicam menos o meio ambiente.
Integração lavoura-pecuária-floresta traz grandes benefícios.

Do Globo Rural

Um lugar onde a floresta brota no meio do pasto e os animais têm comida farta em meio à sombra e água fresca. Parece um oásis na região mais devastada do Paraná, no noroeste do estado.
Mas a paisagem do campo está mudando, graças à iniciativa dos próprios produtores, como Antônio Penasso, do município de Tapejara. Em 82 hectares de pasto, ele já plantou 17 mil árvores, entre eucaliptos e grevilhas. É a chamada integração de pasto com floresta, que só traz benefícios para a natureza, a começar pela redução de carbono, gás nocivo, que aumenta o efeito estufa e que as árvores têm o poder de absorver.
Além de ajudar o meio ambiente, as árvores trazem uma vantagem enorme para os animais, que se sentem mais confortáveis longe do sol quente. A produção chega a aumentar em quatro vezes.
A nova paisagem já se espalhou pela vizinhança. Na propriedade ao lado, o produtor Marcos Sanches plantou eucaliptos nas curvas de nível e a produção das vacas leiteiras aumentou.
Marcos e o Antônio são pequenos produtores que puderam investir nas atividades com a ajuda de uma linha especial de financiamento com juros subsidiados. É o programa ABC: Agricultura de Baixo Carbono, que incentiva práticas ambientalmente corretas em todo o país.
O valor financiado é de até R$ 1 milhão e os juros são de no máximo 5,5% ao ano. As práticas incluídas no programa vão desde o plantio direto até o plantio de florestas comerciais, a integração de pasto, lavouras e árvores e a compra de máquinas e equipamentos.
Grandes produtores como César Formighieri, de Umuarama, também têm acesso ao programa ABC. César financiou R$ 390 mil para comprar mais gado e mudas de eucalipto. Na fazenda de 360 hectares, ele faz a integração de pasto com lavouras de milho e soja e planta árvores em uma área só.
Em áreas de plantio, o produtor faz uma espécie de rotação, alternando o capim para o gado e as lavouras a cada dois anos.
No pasto plantado há 90 dias, antes havia soja. Quanto mais massa verde, melhor para o meio ambiente, já que o pasto também ajuda a retirar o gás carbônico da atmosfera. Outra vantagem é a comida farta para o gado o ano inteiro.