MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pacientes pernoitam em clínica para conseguir consulta, em Porto Velho


Usuários esperam até 12 horas para marcar consultas.
Pessoas reclamam da ação de suspeitos 'vendedores de vaga'.

Alessandra Curado Do G1 RO

Pacientes chegam a partir das 19h para tentar uma consulta no dia seguinte (Foto: Alessandra Curado/G1)Pacientes chegam a partir das 19h para tentar uma consulta no dia seguinte (Foto: Alessandra Curado/G1)
A doméstica Márcia Maria da Silva, 53 anos, sofre com problemas alérgicos e de circulação. Depois de trabalhar por mais de oito horas, Maria, que não consegue agendar uma consulta com um dermatologista durante o dia, optou por passar a noite na frente da Policlínica Osvaldo Cruz (POC), em Porto Velho.
Márcia Maria chegou ao local às 19h e improvisou um assento de madeira do lado de fora da policlínica para esperar a abertura dos portões às 6h30 . “Eu não tive tempo de preparar nada para comer e esqueci de trazer minha garrafinha com água”, relatou. Com os pés e mãos inchados, a paciente disse que sempre faz o “corujão” para poder conseguir agendar uma consulta com um médico especializado. “Muita gente faz isso aqui. Estou morrendo de dor nas pernas, mas fazer o quê, o jeito é aguardar né?”, diz.
Eliane Alves mora em um sítio a 40 quilômetros da capital e vai dormir na porta da clínica para conseguir um retorno para a sua mãe, de 75 anos, que retirou um tumor da cabeça no início de junho. “A saúde em todo o estado é um caos. Desde a internação da minha mãe no Hospital de Base, para fazer a cirurgia, foi um problema e tanto. Ficamos mais de 20 dias aguardando uma operação para poder salvar a vida dela. Temos que levar o resultado da biopsia para os médicos avaliarem o tumor e seguir com o tratamento”, conta. Eliane cuida da mãe e teve que deixá-la com uma tia para disputar o retorno .
Outras cinco pessoas que também aguardavam na noite desta quinta-feira para marcar uma consulta na manhã desta sexta-feira (29).
Alguns pacientes afirmaram que, além da fadiga de esperar a noite toda sem nenhuma estrutura adequada, temendo a ação de assaltantes, sofrem com a atividade de pessoas suspeitas de vender vaga para quem chega posteriormente. “Sempre tem gente que fica aqui conosco só para vender seu lugar na fila”, denunciou um paciente, que não quis se identifica

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