MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Preço do farelo de soja eleva em 100% custos de suinocultura em MT


Setor amarga prejuízos anuais em função da disparidade em preços.
Competição entre mercados acirrou competição pelo farelo de soja.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT
Produção de suínos em MS (Foto: Reprodução/TV Morena)Produção de suínos fica mais cara em Mato Grosso.
(Foto: Reprodução/TV Morena)
Aumento no preço do farelo de soja - bom para o produtor da oleaginosa - repercutiu negativamente para a suinocultura mato-grossense. Os custos com a aquisição do insumo para alimentar os animais cresceu 100% entre 2011 e 2012. Reflexo principalmente da valorização do produto e a acirrada disputa entre os mercados interno e externo. Em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá, a última semana de maio foi de preços recordes para o farelo, na ordem de R$ 900 por tonelada. Fato jamais constatado.
Cleber Noronha, analista de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), destaca que se configurou uma disputa pelo farelo nos dois mercados. No entanto, os bons preços têm estimulado o envio do componente para o mercado exterior. "O preço do farelo subiu decorrente da demanda externa. É bom para o produtor de soja porque as empresas esmagadoras pagam mais pelo produto. Mas o impacto é para quem consome e os suinocultores estão sentindo este aumento", lembra.
De acordo com o Imea, no final de 2011 um quilo do suíno comprava 4,5kg de farelo. Mas com a alta nos preços da proteína animal a mesma relação de troca ficou em um quilo de suíno para 2,2 kgs de farelo. "O custo com o farelo aumentou 100% no período", pondera Cleber Noronha.
De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrimat), o farelo de soja responde por até 25% da base para alimentação dos animais. O diretor-executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, explica que o setor tem amargado prejuízos em função da alta com os custos de produção.
O representante lembra que desde o fechamento pela Rússia para a carne suína brasileira em 2011, deu-se início a um período de crise. Preços pagos ao suinocultor não evoluíram e todo o segmento passou por uma grande desvalorização. Atualmente, lembra Rodrigues, o preço médio no estado de custo por quilo de suíno produzido gira em torno de  R$ 2, enquanto o preço médio de venda praticado chega a R$ 1,80.
"Hoje os mercados estão comprometedores com o produtor.  Se não haver um olhar de preocupação para minimizar os impactos, as questões tributárias, os produtores já começarão a eliminar postos de trabalho, eliminação de matrizes", cita Custódio Rodrigues.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, diz que o suinocultor paga para exercer a atividade. Segundo ele, por ano amarga-se um prejuízo na ordem de R$ 3,5 bilhões pela disparidade entre o custo de produção e preço pago ao animal.
"O suinocultor está pagando para exercer a atividade. Ele tem direito de produzir, mas tem prejuízos", completa. Atualmente, 82% da produção brasileira de suínas é absorvida pelo mercado interno, enquanto 18% destinam-se ao exterior.
Em Mato Grosso, conforme Paulo Lucion, presidente da Acrismat, anualmente o setor perde por ano R$ 12 milhões devido ao não equilíbrio na relação custo e benefício. Mato Grosso possui o quinto maior plantel brasileiro de suínos e abate por mês aproximadamente 170 mil animais.

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