MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 2 de junho de 2012

Protesto contra reajuste de tarifa deixa trânsito lento na Av. Paralela


Grupo de estudantes ocupa uma das faixas da via na tarde deste sábado.
Eles são contra o reajuste no preço das passagens de ônibus em Salvador.

Do G1 BA
Um pequeno grupo de estudantes faz uma caminhada na tarde deste sábado (2), na Avenida Paralela, em protesto contra o aumento na tarifa dos ônibus urbanos de Salvador, anunciado na sexta-feira (1º) pela Secretaria Municipal de Transportes. O preço atual de R$ 2,50 vai ser reajustado e passa a R$ 2,80 na capital baiana a partir de segunda-feira (4).
Por volta das 17h40, os manifestantes ocupavam apenas a faixa da direita no sentido Iguatemi, na altura do bairro do Imbuí. O grupo seguia escoltado pela Polícia Militar. O trânsito ficou lento no local. A mobilização reúne cerca de 60 estudantes que carregam cartazes e faixas com mensagens que repudiam o acréscimo nas despesas para quem depende do transporte coletivo urbano diariamente.
Segundo o secretário, o aumento da tarifa foi autorizado porque os rodoviários já tiveram dois reajustes sem que o valor da passagem fosse alterado. O próximo reajuste da tarifa está previsto para dezembro de 2013.
Outras mudançasO secretário José Mattos também anunciou que até 2014 a capital baiana deve contar com a renovação de mil ônibus. Segundo ele, a definição é fruto de um acordo com os empresários do ramo durante as negociações feitas na última semana.  Neste mesmo prazo, 70% da frota deve ser adaptada para atender aos passageiros portadores de deficiência.
A partir das 00h de segunda, os passageiros que utilizam a integração tarifária, por meio do pagamento com o Salvador Card, passam a ter um intervalo maior para pegar ônibus de letra diferente com direito a pagar metade do valor da passagem. Atualmente o usuário tem o espaço de uma hora  para pegar o coletivo de letra diferente, pagando valor reduzido. Esse prazo vai aumentar para duas horas. A integração tarifária ocorre entre as quatro áreas de operação do sistema (vermelha, verde, azul e amarela ou A, B, C, D), sendo que cada área só integra com as outras três. A segunda viagem tem o valor de 50% da primeira.
Os Correios, a Polícia Militar e outros órgãos públicos serão notificados, pois a partir das novas definições, os profissionais dessas entidades passam a pagar passagem.
Reivindicações
O reajuste entrou em pauta depois que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) encaminhou pedido para que o valor das passagens dos ônibus passasse para R$ 3,15, configurando 26% a mais em relação ao valor anterior.
Na quarta-feira (29), ocorreu a primeira reunião entre empresários e representantes da prefeitura, que durou mais de três horas. O encontro ocorreu a portas fechadas e o teor da conversa não foi divulgado para a imprensa.
Os empresários alegam "impacto" na planilha de custo de mão-de-obra por conta do reajuste salarial de 7,5% e de 4,09% nos tíquetes de refeição aos cobradores e motoristas, concedidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) no julgamento dos dissídios coletivos da categoria, que manteve greve por quatro dias.
Ano Mês Valor
2002 Maio R$ 1,10
2003 Janeiro R$ 1,30
2003 Agosto R$ 1,50
2005 Outubro R$ 1,70
2007 Janeiro R$ 2,00
2009 Janeiro R$ 2,20
2010 Fevereiro R$ 2,30
2011 Janeiro R$ 2,50
O TRT-5 determinou também o retorno do pagamento do quinquênio, benefício pago aos rodoviários que têm mais de cinco anos de atividade, o que, segundo o Setps, compromete R$ 700 mil por mês. O custo é referente ao pagamento do benefício a cerca de 18 mil trabalhadores, número que abrange 80% da categoria, informou o Sindicato. Na soma de reajustes e benefícios, o setor prevê "impacto" de R$ 5,9 milhões mensais. Segundo a categoria dos empresários, a mão-de-obra que "pesava" 46,7% aumenta agora para 49,7%.
O Setps alega que a tarifa de R$ 2,50 está defasada há seis meses em relação ao custo real de cada passageiro, estimado em R$ 2,96 até a decisão. O Setps afirma que o último pedido de aumento ocorreu em 2011 e foi negado pela gestão municipal. De acordo com dados passados pelo Setps, de 2002 até 2011, o valor da passagem de ônibus cobrado na capital baiana saiu de R$ 1,10 para R$ 2,50 (confira a tabela acima).
O presidente do Setps, Horácio Brasil, disse ao G1 que a prefeitura tem que decidir se subsidia o reajuste ou se o remete para ser custeado pela população. "Temos saídas. A primeira é o subsídio público, previsto na legislação. A outra é o repasse direto para o usuário. A prefeitura decide", diz. Ele explica que no valor de R$ 3,15 solicitado é embutido, inclusive, gratuidades para idosos e deficientes. "O valor se refere até ao custo dos gratuitos. A prefeitura não subsidia os gratuitos, ninguém arca, a não ser os passageiros. É como se fosse um grande condomínio e um terço não pagasse o valor mensal", disse.
Para Horácio Brasil, a baixa qualidade no serviço oferecido à população é reflexo da falta de infraestrutura municipal. Além disso, aponta o baixo número de vias na cidade. "É impossível, não se pode dar um bom serviço com o nível de engarrafamento que se tem. Não temos como prestar um sistema eficiente e decente se os veículos passam parte do dia em engarrafamentos", avalia. A Secretaria Municipal de Transportes e Infra-Estrutura (Setin) afirma que a pasta tem ciência do pedido, mas ainda está muito cedo para se manifestar sobre o assunto.

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