MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

PT vaza parecer em que relator recomenda cassação de Demóstenes


Íntegra foi disponibilizada enquanto Humberto Costa fazia leitura no Senado.
Senador responde a processo por suspeita de beneficiar Carlos Cachoeira.

Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

O site da bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado divulgou, no início da noite desta segunda-feira (25), a íntegra do parecer do senador Humberto Costa (PT-PE) sobre o processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de usar o cargo para beneficiar o bicheiro Calinhos Cachoeira.

O documento, que recomenda a perda de mandato, foi disponibilizado para download às 19h24, enquanto Costa ainda lia o teor no Conselho de Ética e antes do trecho em que pede a sanção. No plenário do Conselho, o mesmo documento, de 69 páginas, foi distribuído a jornalistas presentes.

O texto tem conteúdo idêntico ao da leitura de Humberto Costa. Nele, o relator conclui pela quebra de decoro parlamentar ao atuar no Parlamento em favor dos negócios do bicheiro. Após a leitura, a defesa de Demóstenes poderá se manifestar e, em seguida, os membros do Conselho votam, abertamente, se aprovam ou não a recomendação de Costa.
Se aprovado, o relatório ainda segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça. Só depois, vai para votação no plenário, onde o voto, pela cassação ou absolvição, é secreto.

Relatório
No relatório, Costa destacou que um senador deve "ter em conta, em suas decisões e ações, geradas e conformadas por palavras, a busca do bem comum, evitando a sedução pelo interesse privado e a exploração do cargo para usufruir de privilégios".

Em sua defesa, feita no final de maio, Demóstenes sustentou que não sabia de atividades ilegais de Cachoeira e reiterou que mantinha apenas relação de amizade com o bicheiro. Costa rebateu a alegação, com base em gravações telefônicas captadas pela PF na operação que prendeu Cachoeira.
"Até as pedras de Pirenópolis e as capistranas de Goiás Velho sabiam disso. Não é crível que um Secretário de Segurança Pública, que antes fora, por duas vezes, o chefe do Ministério Público Estadual, desconhecesse a ficha corrida de seu interlocutor", disse o relator na leitura.
O relator ainda citou a CPI dos Bingos, ocorrida em 2005, e que já tinha em Cachoeira um dos investigados. Costa cita a CPI para sustentar como não seria possível Demóstenes se relacionar com Cachoeira sem saber dos negócios. "Foi tomado por uma súbita amnésia em relação a esses fatos da vida nacional."
Humberto Costa citou discursos, sendo um deles de junho de 2003, no qual o senador teria citado dados de jogos e mostrou conhecimento sobre o ramo, segundo o relator.
"É simplesmente inacreditável que o representado, considerados todos esses prolegômenos, venha sustentar que ignorava tudo sobre os afazeres ocultos de Cachoeira, que tenha respondido que não sabia que Cachoeira era contraventor."

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