MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Alta do milho pode 'frustar' intenção de confinamento em Mato Grosso


Crescimento de 14% previsto para 2012 deve ser abaixo do projetado.
Somente em julho, preço do milho aumentou 40% no estado.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Confinamento de gado (Foto: Reprodução/TV Morena)Confinamento de gado deve sofrer reajuste
(Foto: Reprodução/TV Morena)
As intenções de confinamento para 2012 podem não atingir o nível de crescimento projetado. Soma de fatores como a alta no preço dos insumos usados na alimentação animal, como o milho, associado à queda no valor da arroba do boi, já impactou na atividade. No Brasil, a previsão de expandir em 15% a atividade e confinar até 4 milhões de animais pode não se concretizar, estima o presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Eduardo Moura. Em Mato Grosso a alta de 14% não mais é esperada.
No estado que detém o maior rebanho bovino do país os analistas começam a refazer suas contas. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) prepara um novo levantamento sobre a intenção de confinamento e que deve sair em agosto. Mas analistas já sabem que vai haver mudanças.
"Chegamos ao mês de julho com o preço do milho valorizando de forma excepcional e associado à redução da arroba do boi gordo vem ocasionando uma redução provelmente no confinamento", afirma Daniel Latorraca, gestor do Imea. Em maio quando divulgou o primeiro de três levantamentos, o Instituto apontava para um volume de animais a serem fechados na ordem de 929,9 mil. Destaque para a região oeste, sobre a qual deveria incidir o maior crescimento (32,1%) chegando a 206.540 cabeças.
Mas como destaca o analista de mercado Carlos Ivam Garcia, o desequilíbrio entre a arroba e alta do milho deve frustrar a atividade. "Quem tinha previsto confinar, mas não havia 'casado' o preço pode não fazer mais o que previa", alerta. Em Mato Grosso, o preço da arroba do boi mantém uma linha decrescente nos preços.
Em janeiro, no primeiro dia útil do mês, chegou a R$ 89, passando para outros R$ 85,9 no igual período de fevereiro. Em março um novo recuo volta a ser registrado e a arroba passa a R$ 83,50, sendo em abril aproximadamente R$ 83. Carlos Ivam Garcia, do Imea, ressalta que em maio, diante de uma variação de mercado, o preço da arroba do boi volta a subir, dando fôlego ao pecuarista. O preço médio no primeiro dia útil do mês atingiu R$ 84,40.
No entanto, o entusiasmo não durou muito tempo e em junho o valor volta a cair, R$ 83,50. Neste mês de julho, somou R$ 82,35. "Vai comprometer principalmente para quem contava com uma reação de mercado ou que o milho iria reduzir", considera o especialista do Imea.
Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) a conta não fecha. "É melhor vender o milho que alimentar o boi", afirma o diretor Maurício Campiolo.
Para o presidente da Assocon, Eduardo Moura, o eventual recuo em 2012 não seria surpresa. "Com o preço dos insumos como estamos vendo e o valor da arroba não espantaria ter uma queda neste crescimento", afirmou. Mas ao mesmo tempo a Assocon afirma não ser possível afirmar o tamanho do impacto e em quanto.
Em termos de reais, somente o milho registrou aumento de 37% nos preços entre janeiro a julho, segundo um levantamento do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) encomendado pela União Brasileira de Avicultura (UBABEF). Em Mato Grosso, lembra Cleber Noronha, analista da área de grãos do Imea, a valorização no preço do milho já chega a 40% somente neste mês de julho.
Se para os pecuaristas a alta no milho incidirá sobre o desempenho nos confinamentos, o agricultor aproveita o bom momento. "A elevação do preço está ficando cada vez mais atrativa e não mostra uma tendência de baixa", comenta Cleber Noronha.

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