Aparelhos de TV são descartados de forma incorreta em Porto Velho

Ibama em Rondônia não faz acompanhamento do descarte.
Lojas de conserto repassam TVs que os donos não querem mais.

Larissa Matarésio Do G1 RO

Aparelhos de televisão descartados não têm
destinação específica em Porto Velho
(Foto: Jenifer Zambiazzi/ G1)

O descarte de aparelhos eletrônicos não tem destinação específica em Porto Velho. Os  aparelhos velhos e sem conserto são encaminhados para associações de reciclagem. O descarte inadequado pode gerar problemas ao meio ambiente, já que os aparelhos de televisão, por exemplo, possuem peças construídas com metal pesado, como mercúrio, cobre e bronze.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) no estado de Rondônianão faz um acompanhamento da destinação do descarte de aparelhos eletrônicos.
Na loja de consertos de aparelhos eletrônicos que existe desde 1988 na Avenida Carlos Gomes em Porto Velho 70% das pessoas que enviam seus aparelhos para o conserto ainda vão buscá-los.
Segundo João Cordeiro, proprietário da oficina eletrônica os aparelhos que são "esquecidos" por seus donos recebem outra destinação.
"Quando o dono não quer mais, por ser uma TV antiga ou que não tem mais conserto, ele deixa aqui. O que eu faço é utilizar as peças que estão boas para consertar outros aparelhos até que não reste mais nada, daí eu revendo o cobre que está valendo em média R$ 10 o quilo", conta João Correia.
Em outra loja, na mesma rua, o técnico Francisco Brito que trabalha há 35 anos consertando televisores alerta que é um perigo para o meio ambiente o descarte incorreto. "Na TV, existe um óleo dentro do capacitor, que se não for descartado da forma correta ou for jogado fora em grande quantidade, pode sujar o lençol freático, poluindo a água que a gente consome", afirma.
Em apenas uma semana, a loja onde Francisco trabalha descartou duas caçambas cheias de aparelhos de televisão deixados pelos donos. "Nós não fazemos o descarte direto. O que fizemos foi contratar uma empresa de caçamba que encaminha esse material específico para outros lugares da cidade que desmontam todo o aparelho e revendem o que dá para ser utilizado", explica.

Em uma semana, loja de consertos descartou
duas caçambas com aparelhos
(Foto: Jenifer Zambiazzi/ G1)

O dono da empresa de caçambas Vítor Moreira conta que 60% a 70% do material recolhido pela empresa são constituídos de material orgânico e entulho que são encaminhados para o lixão da cidade.
"Quando temos um volume grande de lixo eletrônico repassamos todo esse material para associações que fazem trabalho de reciclagem. Por exemplo, a parte da carçaca das TVs que são de plástico vão para uma associação, o ferro vai para outra, e assim vai, cada coisa para um lugar", diz.