Conflito entre lideranças indígenas dificulta a negociação, diz PM.
Secretário de Segurança Pública vai até o município nesta sexta-feira (06).
Para o comandante geral da Polícia Militar (PM), coronel Daniel Borges Mendes, a situação é de alto risco e grande complexidade. "O que dificulta ainda mais as negociações é o fato de que a compreensão do índio é diferente da nossa sobre o mesmo fato. Outro agravante é que há várias lideranças entre os próprios índios, que também não estão entrando em acordo", explica.
"Que índios são esses? Que entendimento eles têm linguisticamente da situação. Esse grau de aculturação é fundamental numa perícia antropológica que precisa ser feita para que a suporta punição que possa acontecer seja feita de maneira adequada", acredita o pesquisador.
"Os fatos serão apurados caso a caso e aqueles que ficaram demostrado que realmente participaram de situação criminosa e que se adequam numa situação que a lei ampara como sendo amputáveis, esses serão serão responsabilizados criminalmente", explica Nílton Athaíde, delegado geral da Polícia Civil.
Índios Munduruku exigem que suspeitos de assassinato sejam entregues para a tribo (Foto: Nonato Silva/Arquivo Pessoal)
Os Munduruku estão impedindo que representantes da Funai e os policiais envolvidos na negociação saiam da cidade. Tropas de segurança da PM estão em Itaituba, município a 400km Jacareacanga, mas o coronel Mendes afirma que eles só serão deslocados para a área de conflito em uma situação extrema. "Os índios têm o costume de fazer negociadores como refém, então este comportamento já era esperado por nós. Queremos esgotar todas as possibilidades de negociação antes de enviar as tropas para Jacareacanga, para evitar qualquer tipo de confronto desnecessário", afirma.A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou que mais um efetivo de policiais militares foi enviado para Itaituba na manhã desta quinta-feira (5), para reforçar o trabalho dos órgãos de segurança. O secretário da Segup embarca na manhã desta sexta-feira (06) ao município para negociar pessoalmente com os indígenas. Essa era uma das exigências dos Munduruku.
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