Visita marca nova tentativa de encerrar fim de embargo à carne brasileira.
Somente em Mato Grosso, perdas chegaram a US$ 240 mi em 12 meses.
Embargo afetou exportações de carne bovina
(Foto: Divulgação/ Sato Comunicação)
Técnicos do Serviço Federal de Fiscalização Sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) desembarcam no Brasil no próximo dia 23 para dar sequência a uma série de vistorias em plantas frigoríficas. O roteiro inclui visitas às unidades federadas que estão proibidas de vender carne ao país, motivado pelo embargo à proteína animal. As negociações com objetivo de reverter a proibição dura um ano - mesmo período de vigência da restrição comercial.(Foto: Divulgação/ Sato Comunicação)
Em Mato Grosso, um dos três estados cuja comercialização está restrita, a comitiva russa inspecionará frigoríficos em três cidades. A agenda inicia por Barra do Garças, a 516 quilômetros de Cuiabá, em 30 de julho, segue para Colíder, a 648 quilômetros da capital em 31 de julho, e finaliza em Mirassol D'Oeste, a 329 quilômetros, em 1º de agosto. É o que afirma o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no estado, Francisco Moraes Chico Costa.
"Farão isso em outros estados e vão observar a área sanitária", resumiu o superintendente ao G1. Além de Mato Grosso, os russos vão percorrer o Rio Grande do Sul e Paraná (estes dois estados também embargados), além de Goiás e Santa Catarina. Durante duas semanas, nove técnicos devem inspecionar 19 estabelecimentos de bovinos, suínos e aves, bem como unidades dos serviços veterinários estaduais, laboratórios e propriedades rurais, segundo o Mapa.
Senador por Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), diz que apesar dos esforços políticos e a manutenção dos debates somente a correção dos pontos elencados pelos técnicos russos devem acelerar o fim do embargo. "Lado político parlamentar não tem a decisão de liberar. Quem tem que fazer isso são os técnicos da defesa animal e vegetal brasileira que têm falhas apresentadas pelos russos que visitaram o país", afirmou.
ReadequaçãoPresidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Luis Antônio Freitas Martins, afirma que as indústrias matogrossenses têm se readequado às exigências russas e atendido às recomendações já feitas. Mas o dirigente fala em embargo como fator econômico e não como uma eventual falta de controle sanitário.
"É uma barreira econômica disfarçada de sanitária. Não justifica nenhuma barreira sanitária porque o trabalho feito no Brasil é respeitado por outros mercados", contextualizou.
Na unidade federada, segundo a instituição russa Federal Service for Veterinary and Phytosanitary Surveillance, as restrições temporárias para a carne bovina atingem 15 frigoríficos. De suínos, outros dois.
Brasil
No Brasil, dos 89 frigoríficos cadastrados para exportar carne bovina e suína ao país, em apenas cinco não há restrições de mercado. Somam ainda 28 estabelecimentos espalhados pelo território que podem vender desde que as cargas sejam submetidas a análises laboratoriais realizadas pelo governo russo.
De acordo com o Serviço Veterinário Russo, outras 56 unidades estão temporariamente proibidas de atender ao país.
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