MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Professores de universidades federais decidem manter greve na BA


Comando de greve diz que proposta não permite ganhos salariais reais.
Assembleia foi feita nesta quarta e contou com presença de 175 docentes.

Do G1 BA

servidores da ufba entram em greve (Foto: Américo Barros/Divulgação)Estudantes, servidores e docentes estão parados
na Ufba (Foto: Américo Barros/Divulgação)
Os professores das universidades federais na Bahia decidiram, durante assembleia realizada nesta quarta-feira (18), manter a greve da categoria, que dura mais de 40 dias. O estado possui três instituições de ensino superior federais: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Segundo Miguel Acioly, coordenador da comissão de comunicação do comando greve, a proposta do governo não trouxe ganhos salariais para os docentes. “Ela apresenta perdas salariais e não ganhos, para várias categorias. Algumas categorias têm ganhos salariais pequenos e outras têm perdas salariais. A mudança de nível na carreira também não tem lógica, não explica o motivo de em um determinado nível você ter aumento de 6% e em outro 10%”, explica Acioly.
O Sindicato dos Professores das Instituições Federais da Bahia (APUB), que representa a classe, aponta que 175 docentes participaram da assembleia, iniciada às 15h, e votaram por unanimidade a favor da continuidade da mobilização.
Em nota, a APUB ressalta que "os números divulgados pelo governo omitem o fato de que os reajustes serão parcelados até 2015 e que, se for computada a inflação passada e a prevista, algumas classes de docentes acumularão perdas de até 10%, e não ganhos".
O coordenador da comissão de greve, Miguel Accioly, acrescenta que os professores vão encaminhar, na quinta-feira (19), a posição da categoria e contraproposta para Brasília. Na segunda-feira (23), está prevista rodada de negociação nos ministérios da Educação e Planejamento, também na  capital federal. Já na quarta-feira (25), os professores devem realizar nova assembleia-geral, que decidirá sobre os rumos do movimento.
Calendário indefinido
As universidades federais da Bahia - UFBA, UFRB e Univasf - estão em greve há mais de 40 dias. As matrículas de veteranos e novos estudantes estão suspensas na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e primeiro semestre ainda não foi concluído. A instituição não tem um levantamento sobre a quantidade de cursos afetados desde o dia 29 de maio, quando foi decretada a mobilização dos docentes.
Já os professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) oficializaram a greve no dia 21 de maio e a abrangência é considerada total nos 39 cursos de graduação divididos entre os campi de Amargosa, Cruz das Almas, Cachoeira e Santo Antonio de Jesus, no interior do estado. O primeiro semestre também não foi concluído na UFRB, mas até o momento, não há alteração no calendário acadêmico referente a 2012.2 e às inscrições para o Sisu - que são feitas via internet.
O Instituto Federal da Bahia (IFBA) e o Instituto Federal Baiano (IF Baiano) também mantêm atividades paralisadas no estado. O IFBA, que possui 16 campi no estado, informou que está mantida para o dia 1º de agosto a abertura das inscrições no próximo processo seletivo, cujas provas serão aplicadas no dia 2 de dezembro. A greve na de professores e servidores técnico-administrativos foi oficializada no dia 13 de junho e afeta atividades acadêmicas em 10 campi - Simões Filho, Santo Amaro, Valença, Camaçari, Ilhéus, Jequié, Paulo Afonso (parcial), Seabra, Feira de Santana e Salvador (parcial).
"Semestre atípico"
Segundo o sindicato dos professores da UFBA, a adesão da categoria ocorreu de forma gradativa, mas não é total. "Alguns setores relutam em aderir", afirma o professor Miguel Accioly, representante do comando de greve.
A falta de uniformidade no movimento grevista deu origem a uma resolução do Conselho Superior de Ensino (Consuni), classificando o ano letivo 2012.1 como "atípico". "Alguns professores pararam desde o dia 29 de maio, mas outros continuaram as aulas. Não é uma coisa completamente uniforme", diz o pró-reitor Ricardo Miranda. As situações individuais em meio às reivindicações dos professores, segundo ele, se estendem também na tentativa de resolver a situação dos formandos para que eles possam pegar o diploma."Vários estudantes não concluíram o semestre porque os professores não estão lançando as notas para concluir a turma. Alguns formandos são avaliadOs de maneira individual. É uma situação muito confusa de administrar", admite.
Além do protesto dos docentes, há atualmente na Ufba greve de estudantes e de servidores técnico-administrativos. O movimento estudantil começou no dia 6 de junho, cerca de uma semana depois que os trabalhadores administrativos decidiram parar as atividades. Eles mantêm apenas os serviços considerados essenciais, como o setor de pagamentos, e atividades na área de saúde no Hospital das Clínicas, Maternidade Climério de Oliveira e Hospital Veterinário - instituições ligadas à Ufba.
A universidade se comprometeu a definir um calendário para reposição de aulas apenas quando houver o desfecho das mobilizações e a "resolução de atipicidade" estabelece que não serão atribuídas faltas no período das greves, contando a partir do dia 29 de maio. Segundo o sindicato que representa os docentes, são cerca de 2.600 professores ligados à Universidade Federal da Bahia nos cinco campi no estado - três em Salvador (Ondina, São Lázaro e Canela) - e dois no interior do estado (Vitória da Conquista e Barreiras).
No calendário inicial apresentado pela universidade - e disponível na internet - o período de solicitações de matrícula na web para os alunos veteranos de graduação e pós-graduação seria desta quarta-feira (18) até o dia 23 de julho. Para os novos alunos, estava previsto para o período de 23 a 27 de julho. Os dois procedimentos estão suspensos.
estudantes ufba (Foto: Jairo Gonçalves/G1)Alunos elaboraram pauta com mais de 50 itens
(Foto: Jairo Gonçalves/G1)
Movimento estudantil
A pauta de reivindicações dos estudantes em greve na Ufba é composta por mais de 50 itens, segundo informa Aluã Carmo, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Ele aponta os quesitos considerados prioritários.
"Um ponto de distribuição do restaurante universitário nos campi de São Lázaro e no Canela [em Salvador] e também em Vitória da Conquista e Barreiras. Só existe restaurante universitário no campus de Ondina", afirma. O grupo pede ainda a implementação de um transporte gratuito entre os campi em Salvador e a criação de mais residências universitárias.
UFRB
Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a abrangência da greve é considerada total nos 39 cursos de graduação divididos entre os campi de Amargosa, Cruz das Almas, Cachoeira e Santo Antonio de Jesus. Segundo o sindicato dos professores, a greve foi decretada em assembleia no dia 17 de maio, com início quatro dias depois. "Nos cursos de pós-graduação, a adesão depende de cada professor, mas para a graduação é geral", afirma o professor Hebert Martins, representante do comando de greve.
Os trabalhadores técnico-administrativos da UFRB suspenderam as atividades desde o dia 14 de junho. "Somos 496 servidores e todos estamos em greve. Mantivemos apenas as áreas essenciais dos campi, como os setores que cuida dos animais no curso de agronomia".
As matrículas dos aprovados no Sisu são feitas via internet. O período de inscrição para alunos regulares de gradução e pós-graduação está previsto para o período de 20 a 24 de agosto. Matrícula de candidatos aprovados nos processos seletivos de rematrícula, portador de diploma, transferência interna e externa e aluno especial será de 22 a 24 agosto, conforme calendário acadêmico disponibilizado no site da instituição.

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