MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 12 de agosto de 2012

Agrônomo usa materiais alternativos para montar sistemas de irrigação


Projetos proporcionaram redução de custos de implantação e operação.
Sistemas por aspersão e sulcos foram instalados em universidade de SP.

Do Globo Rural

O agrônomo Edmar Scaloppi, na Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, São Paulo, desenvolveu dois sistemas de irrigação: um por aspersão e outro por sulcos. O uso de materiais alternativos ajuda a reduzir os custos de montagem.
Apenas 7% de toda a área cultivada no Brasil são irrigados. Apesar de a irrigação permitir uma produção maior e mais uniforme ao longo do ano, os custos de implantação e operação do sistema espantam muitas pessoas.
O agrônomo Edmar Scaloppi instalou dois sistemas de irrigação de baixo custo no sítio modelo na Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, São Paulo. O sistema de irrigação por sulcos funciona melhor em solos argilosos. O terreno deve ter uma declividade máxima no sentido dos sulcos de meio metro a cada 100 metros. O trator entra fazendo os sulcos por onde a água vai correr.
A tubulação básica para o sistema é um cano de 4 polegadas, normalmente usado para esgoto de vaso sanitário. Primeiro, são feitos alguns furos para a saída de água. A distância depende do espaçamento da cultura. O importante é que a distância entre os furos bata com a distância entre os sulcos. Para irrigar um hectare serão necessárias 15 barras, ou seja, 90 metros de cano. Os buracos têm que ser feitos em linha reta. Os canos são encaixados e colocados sobre bases de madeira de altura decrescente, criando uma leve queda que irá permitir a descida da água.
“Os tubos obrigatoriamente têm que ser ligados em uma pequena caixa de recepção que irá receber a água da bomba e irá distribuir na tubulação. O dispositivo é um esticador de arame liso para cerca, que foi melhorado para facilitar a operação. No interior da tubulação é inserida a parte superior de uma garrafa pet que funciona como um obstáculo para bloquear a passagem da água no interior da tubulação e forçar a saída através dos orifícios”, explica Scaloppi.
A garrafa pet funcionará como um tampão que, inserida dentro do tubo, é carregada pela pressão da água. Como está presa ao fio de nylon, quando chegar ao ponto desejado, será travada pelo mecanismo do lado de fora e não deixará a água passar para o resto da tubulação.
Caso o agricultor não queira irrigar algum canteiro que esteja no meio do sistema, ele pode simplesmente colocar um anel de PVC sobre o buraco de saída da água, que passará direto para o canteiro seguinte. Para uma irrigação eficiente, os canteiros podem ter 180 metros de comprimento. Uma bomba de baixa vasão garante o funcionamento.
O sistema de irrigação por aspersão é bem mais conhecido do agricultor. A novidade é que o professor Scaloppi adaptou materiais mais baratos. Ele usou cano de esgoto para as linhas e tubos comuns de água ligados aos aspersores.
O aspersor usado nesse sistema tem bocal único e baixa vazão. Ele levará cerca de 10 horas para distribuir uma boa quantidade de água. “Durante o tempo de aplicação tão longo é possível que parte dele o vento predominante esteja numa determinada direção. Essa direção muda e no final acaba determinando uma melhor uniformidade de distribuição dos aspersores”, diz o professor.
Na instalação em uma área de pouco mais de um hectare, com 360 metros de comprimento por 36 metros de largura, seria possível instalar três linhas laterais. Em cada uma delas, são distribuídos 30 aspersores. A água chega pela linha de derivação, no centro do sistema, onde são instalados os registros. Quando abertos, eles permitem a passagem da água para a linha lateral, chegando até os aspersores.
Para instalar o sistema, primeiro o trator abre os sulcos. Os canos de esgoto, que vão no fundo, são unidos sem cola, apenas com a ajuda de vaselina, e conectados ao tubo ligado ao aspersor. O técnico prepara mais um detalhe. “O cano vazado serve para abrir e fechar o registro porque o cano será enterrado. Ele será um protetor do registro”, diz o agrônomo.
A tubulação deve ficar a 30 centímetros da superfície. Assim, ficará protegida das máquinas que trabalharão na área. Além disso, a pressão da terra compensa a pressão da água dentro do tubo e evita rompimentos. “O custo estimativo está entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil por hectare”, calcula Scaloppi.
O criador de gado de leite Adhemar Sebastião Campanati decidiu irrigar o pasto para melhorar a produção de capim. Como a área a ser irrigada era de pasto, o sistema por sulcos foi logo descartado porque os animais, na hora de pastar, iriam destruir os sulcos. Então, optou-se pelo sistema por aspersão. A base foi reforçada e envolvida com arame farpado para proteger o aspersor. Outra adaptação foi a tampa colocada sobre o cano que dá acesso aos registros para evitar acidentes com os animais.
A irrigação adequada permite ao agricultor produzir o ano todo, sem depender do clima e sem ter que esperar pela próxima estação chuvosa. A Fepaf, Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, tem um folheto que traz mais detalhes sobre esses sistemas.
Serviço
Fepaf – Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais
Botucatu – SP
Caixa Postal 237
CEP. 18.610-307

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