MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Bebê morre dois dias após parto por falta de UTI neonatal na Bahia


Criança nasceu com problemas respiratórios e precisava ser transferida.
Hospital municipal tentou sem sucesso vagas em outras unidades de saúde.

Egi Santana Do G1 BA

Uma recém-nascida morreu com apenas dois dias de vida nesta segunda-feira (27) após sofrer complicações respiratórias decorrentes de parto pré-maturo realizado no hospital Antônio Teixeira Sobrinho, na cidade de Jacobina, no norte da Bahia. A família do bebê alega falha no atendimento médico. O hospital afirma que a morte foi provocada pela falta de vagas em UTIs neonatais no estado.
Segundo as informações de familiares, Milane de Souza Araújo, a mãe, deu entrada no hospital municipal na sexta-feira (24) alegando contrações e perda de líquidos. A irmã, Magda de Souza Araújo, conta que a grávida teria ficado em observação no hospital e liberada cerca de cinco horas depois porque, apesar das fortes dores, os médicos informaram que "ela não estava no momento certo do parto e deveria fazer exame de ultrassom em clínica particular", segundo conta.
Depois de ser feito o exame, Milane retornou ao hospital e foi novamente liberada para casa, diz a irmã. "Uma hora depois ela piorou, com mais dores e mais perda de líquido, quando retornamos novamente ao hospital. Aí foi quando resolveram internar ela e realizar o procedimento de parto", conta.
A criança nasceu por volta da 11h do sábado (25). Segundo da informações da diretora do hospital, a médica Ana Carla, a bebê nasceu com problemas respiratórios e, por isso, seria necessária a remoção para uma UTI neonatal, unidade que, apesar de existir no local, "nunca foi ativada por falta de médicos", afirma".
Ainda de acordo com a administradora da unidade hospitalar, foi feito o procedimento de regulação junto à Secretaria de Saúde do Estado para tentar encontrar vagas em algum outro hospital com UTI para recém-nascidos. Ana Carla relata que não foi encontrada a vaga e, por isso, a criança teria morrido. A diretora explicou que não há o aparelho de ultrassom na unidade pública do município e que é geralmente pedido para que os pacientes procurem clínicas particulares ou outros hospitais públicos fora da cidade.
O secretário de saúde do município, Robério Silva, solicitou ao hospital um documento com os esclarecimentos sobre a morte da criança. A diretora da unidade informa que o ofício não havia sido enviado até as 17h30 desta segunda-feira (27).
Regulação
Em contato com a Secretaria de Saúde da Bahia, o órgão afirma que a Central de Regulação de pacientes obedece a critérios técnicos e de disponibilidade de leitos para atender os pacientes. Quando o caso é considerado grave, a central tenta dar prioridade, atendendo à disponibilidade de vagas, relata a Sesab, através da assessoria de imprensa.
Na Central de Regulação, uma equipe formada por dez médicos liga quatro vezes por dia para todas as unidades de saúde que tenham leito de UTI. “A Central de Regulação não cria leitos, ela ocupa os leitos. À medida que os leitos vão surgindo a gente vai ocupando esses leitos, mas a gente não cria o leito. Não tem mesmo leito de UTI suficiente para a demanda que a gente tem no estado da Bahia”, afirma Cristiane Fraga, coordenadora médica do setor.
OMS
Atualmente, existem na Bahia cerca de 2.114 leitos de UTI, sendo que 1.310 são do Sistema Único Saúde (SUS). Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o estado deveria ter o mínimo de 2.236 leitos de UTI.

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